Lulices 1 – Enquanto Lula brinca de Conselho Sul-Americano de Defesa, PT se reúne com terroristas no Uruguai
(ler primeiro o post abaixo)O Conselho Sul-Americano de Defesa é uma peça de ficção. Vamos ver, então, o que sabemos sobre o tal conselho:1- ele é uma ante-sala da OEA;2- ele é meramente consultivo;3- ele não tem poder de intervenção militar;4- o apoio da Colômbia é apenas simbólico. Ora, convenham: qual é a questão premente […]
O Conselho Sul-Americano de Defesa é uma peça de ficção. Vamos ver, então, o que sabemos sobre o tal conselho:
1- ele é uma ante-sala da OEA;
2- ele é meramente consultivo;
3- ele não tem poder de intervenção militar;
4- o apoio da Colômbia é apenas simbólico.
Ora, convenham: qual é a questão premente na América Latina? A guerrilha das Farc, que hoje opõe de forma importante três países: a Colômbia, que enfrenta os terroristas, e o Equador e a Venezuela, que os apóiam, o que já não é mais mera suposição, mas fato comprovado. O que o tal conselho poderia fazer nesse caso? Resposta: nada.
Não custa lembrar que o ataque das forças colombianas aos terroristas abrigados no Equador foi parar na OEA. A resolução final censurou a invasão do território equatoriano, mas não resultou numa condenação explícita à ação da Colômbia. Só os EUA endossaram a posição de Uribe. O que se sabe hoje do apoio objetivo de Hugo Chávez e Rafael Correa aos narcoterroristas decorre daquela “invasão”, com a apreensão dos computadores de Raúl Reyes.
Esse tal Conselho Sul-Americano de Defesa nasce sob os auspícios, é forçoso reconhecer, de uma visão superada e cartorial de soberania. E, por isso mesmo, sua existência é meramente simbólica — ou retórica. Ou me digam: o fato de Equador e Venezuela abrigarem terroristas colombianos, que usam esses países como base de operação, fere ou não a soberania colombiana? Eu acho que sim. Mas isso não tem importância. Uribe também acha que sim. Mas isso ainda é o de menos. Boa parte do mundo acha que sim.
A Resolução 1373 da ONU, de 28 de setembro de 2001, está em vigor, e seu objetivo é suprimir o financiamento ao terrorismo. O texto prevê que aqueles que colaboram com ações terroristas sejam até levados a julgamento. Não custa lembrar alguns trechos (em azul) da resolução. A íntegra esta aqui:
Agindo de acordo com o capítulo VII do estatuto da Organização das Nações Unidas,
1. Decide que todos os Estados membros deverão:
(a) Impedir e suprimir o financiamento de atos terroristas;
(b) Criminalizar a provisão ou a coleta intencional, por quaisquer meios, direta ou indiretamente, de fundos por seus cidadãos ou em seus territórios com a intenção de que estes fundos sejam usados, ou que se saiba que estes fundos são usados para a prática de atos terroristas;
(…)
2.Decide que os Estados membros também deverão:
(a) Abster-se de fornecer qualquer forma de apoio, ativo ou passivo, a entidades ou pessoas envolvidas em atos terroristas, incluindo a supressão de recrutamento de membros de grupos terroristas e eliminando o fornecimento de armas para os terroristas;
(b) Tomar as medidas necessárias para impedir a execução de atos terroristas, inclusive informando, antecipadamente, outros Estados membros através de troca de informações;
(c) Negar refúgio seguro para aqueles que financiem, planejem, apóiem ou cometam atos terroristas,;
(d) Impedir que aqueles que financiam, planejam, facilitam ou cometem atos terroristas usem seus respectivos territórios para propósitos contra outros Estados membros ou seus cidadãos;
(…)
(g) Impedir a movimentação de terroristas ou de grupos terroristas através de eficientes controles de fronteira e controle na emissão de documentos de identidade e passaportes, e através de medidas que impeçam a falsificação e o uso fraudulento de documentos de identidade e de viagem.
3.Convoca todos os Estados membros a:
(a) Encontrar meios de intensificar e acelerar a troca de informações operacionais, especialmente as referentes a ações ou movimentações de terroristas ou redes de terrorismo; documentos de viagem falsos ou forjados; tráfico de armas, de explosivos ou de material bélico; uso de tecnologias de comunicação por grupos terroristas; e a ameaça representada pela posse de armamentos de destruição de massa por grupos terroristas;
Ora, não é preciso ser muito severo para perceber que Chávez e Correa desrespeitam cada uma das recomendações acima e todas as outras que não reproduzi ali. Não são exigências da Colômbia ou dos EUA, mas das Nações Unidas. E o que faz Uribe? Participa de um clubinho com os dois filoterroristas para debater a segurança do continente? E vai fazê-lo com países que, a exemplo do Brasil, não reconhecem como terrorista uma força armada que recorre ao seqüestro, ao assassinato de civis e ao tráfico de drogas? Ou vai bater um papo com Chávez, segundo quem os narcobandoleiros são uma “força beligerante”?
A Colômbia só existe porque existe o Plano Colômbia — que se traduz em cooperação militar entre Bogotá e Washington. Ou há muito o terrorismo e o narcotráfico, em aliança, já teriam assumido a cadeira presidencial. Em vez disso, a parte do país que vive sob a ordem institucional é uma democracia estável. Saibam: praticamente todo o continente sul-americano, Brasil incluído, vê com maus olhos o que considera “intervenção indevida” dos EUA na região. O que Uribe tem a negociar com essa gente?
Foro de São Paulo
Aliás, não deixa de ser irônico que, enquanto se realiza no Brasil a reunião da tal Unasul, em Montevidéu, no Uruguai, reúne-se o Foro de São Paulo, o ajuntamento de partidos de esquerda e extrema esquerda da América Latina. O evento começou ontem e vai até o dia 25.
Eu não inventei o Foro. Também não foi o Olavo de Carvalho. Juro! Na semana passada, ninguém menos do que Lolovsky Apedeutakoba se referiu ao dito-cujo em visita ao Peru. Integram o grupo, entre outros, o PT; o MAS (Movimento ao Socialismo), do presidente da Bolívia, Evo Morales; o Pátria Livre, do presidente eleito do Paraguai, Fernando Lugo; o Partido Socialista Unido da Venezuela, de Hugo Chávez, e os sandinistas, do orelhudo Daniel Ortega. O Alianza País, de Rafael Correa, do Equador, está sendo admitido. Só? Não! As narcoterroristas Farc também estão lá representadas.
É com essa gente que Uribe vai debater a segurança do continente e, em especial, de seu país? Enquanto o PT toma chá com os terroristas, o presidente da Colômbia deve ser simpático ao conselho inventado por Lula e Nelson Jobim? Só se for maluco. Poderia parar por aqui, mas arremato com um trecho de um post que publiquei aqui no último dia 12:
As Farc — sim, o grupo terrorista Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia — atuam no Brasil, segundo farto material publicado no jornal colombiano El Tiempo. Ali se evidencia que os narcoguerrilheiros têm contato com nada menos de 400 grupos espalhados por sete países da América Latina, com algumas ramificações na Europa e Estados Unidos. O Peru e o Brasil servem para o recrutamento de simpatizantes e negócios com armas e cocaína; o Equador abriga o braço financeiro da organização e dá refugio a terroristas; a Venezuela, a Costa Rica e o México lavam os narcodólares.
“Documentos guardados dos arquivos da Abin contam tudo. O principal foi datado de 25 de abril de 2002, está catalogado com o número 0095/3100 e recebeu a classificação de ‘secreto’. Em apenas uma folha e dividido em três parágrafos, esse documento informa que, no dia 13 de abril de 2002, um grupo de esquerdistas solidários com as Farc promoveu uma reunião político-festiva numa chácara nos arredores de Brasília. Na reunião, que teve a presença de cerca de trinta pessoas, durou mais de seis horas e acabou com um animado forró, o padre Olivério Medina, que atua como uma espécie de embaixador das Farc no Brasil, fez um anúncio pecuniário. Disse aos presentes que sua organização guerrilheira estava fazendo uma doação de 5 milhões de dólares para a campanha eleitoral de candidatos petistas de sua predileção.”
A principal fachada das Farc, hoje, é a CCB — ou Coordinadora Continental Bolivariana. Olivério Medina, segundo o jornal, é peça graúda. Ele integrava o comando da CCB em companhia de Raúl Reyes, o terrorista pançudo morto no Equador, e de Orlay Jurado Palomino, ou “Hermes”, que está na Venezuela. Com a morte do chefe, eles buscam ampliar a rede de contatos da CCB: o atual esforço é para instalar-se nos EUA por intermédio de uma ONG e de uma entidade ambientalista.
Uribe tem de dar uma solene banana a seus “colegas” sul-americanos.