Lula e um raciocínio que flerta com o crime
Lula continua a fazer um raciocínio tipicamente delinqüente. Na mesma solenidade em que chamou de “bandido” quem se envolve com compra de fajutices, ele afirmou: “Eu quero saber de onde veio o dinheiro, sim. Eu quero saber toda a tramóia que houve. Mas, sobretudo, eu quero saber que diabo de conteúdo tinha neste dossiê para […]
“Eu quero saber de onde veio o dinheiro sim.” – É uma resposta à oposição. Lula já sabe de onde veio, ou precisa demitir o ministro da Justiça e acusar de prevaricação os funcionários do Coaf. É um escândalo. Não há a menor hipótese de o governo não saber;
“Mas, sobretudo, eu quero saber que diabo de conteúdo tinha neste dossiê (…)” – Notem o “sobretudo”: mais importante, para ele, que a origem do dinheiro é saber o conteúdo do dossiê. Ocorre que isso ele também já sabe. E sabe que o dossiê não existe. Mas prefere manter a suspeição no ar;
“para as pessoas cometerem a enrascada que cometeram” – Ninguém “comete” enrascada, mas cai numa. Vejam só: na cabeça de Lula, só um conteúdo explosivo justificaria a enrascada. Logo, a depender do que trazia o dossiê, ele está dizendo que o crime cometido seria justificável. Entenderam a lógica?
É por isso que Lula não pode ser reeleito no primeiro turno. É por isso que ele não pode ser reeleito no segundo turno. É por isso que, se reeleito, será necessário mobilizar as instituições para que ele responda por aquilo que seu partido fez — se foi sem ele saber, tanto pior. Mas eu me dou o direito de duvidar. Esses caras se traem e justificam o crime mesmo sem se dar conta. Imaginem quando agem de caso pensado, com a intenção de delinqüir.