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Juro futuro sobe com aposta na saída de Meirelles e inflação

No Estadão Online As projeções de juros a partir dos contratos futuros de depósito interfinanceiro (DI) negociados na Bolsa de Mercadorias & Futuros (BM&F) ampliaram as altas no início da tarde e fecharam o pregão regular, às 16 horas, perto das máximas do dia. O movimento de alta ocorreu desde cedo e ganhou força à […]

Por Reinaldo Azevedo Atualizado em 31 jul 2020, 13h33 - Publicado em 22 nov 2010, 22h15

No Estadão Online

As projeções de juros a partir dos contratos futuros de depósito interfinanceiro (DI) negociados na Bolsa de Mercadorias & Futuros (BM&F) ampliaram as altas no início da tarde e fecharam o pregão regular, às 16 horas, perto das máximas do dia. O movimento de alta ocorreu desde cedo e ganhou força à tarde, sempre em reação às dúvidas sobre a permanência de Henrique Meirelles na presidência do Banco Central no governo Dilma Rousseff, em meio a um cenário mostrado pela pesquisa Focus do BC da persistente elevação das expectativas de inflação no mercado financeiro.

“A leitura de uma provável saída de Meirelles é que as medidas necessárias para combater a pressão inflacionária corrente e a futura, detectada pela pesquisa Focus, podem não ser tomadas”, comentou um operador. Além disso, há a avaliação de que Dilma vai centralizar a política monetária no Planalto, e para isso já estaria prevendo desvincular em algum momento do seu governo o status de ministro do cargo de presidente do Banco Central.

O mercado se defende dessa percepção elevando as taxas dos DI em todos os prazos. Nos contratos mais curtos, com vencimento em 2011, o impacto é menor, mas se amplia nos prazos intermediários e longos.  “O mercado reage em alta porque antevê uma política fiscal mais frouxa no governo Dilma”, disse Paulo Rebuzzi, da mesa de renda fixa da Ativa Corretora, “sem que a equipe de transição dê sinalização em contrário”.

Ao término da negociação normal, o DI com vencimento em janeiro 2012 projetava taxa de 11,77% ao ano, de 11,66% no ajuste de sexta-feira, com 229.505 contratos negociados hoje; o DI de janeiro 2013 avançou a 12,35% ao ano, de 12,16% na sexta, com 243.140 contratos negociados; o DI de janeiro de 2014 subiu para 12,38% ao ano, de 12,14% na sexta, com 23.390 contratos. Nos DI mais longos, os avanços foram ainda maiores, chegando a 0,32 ponto porcentual nos contratos com vencimento em janeiro de 2021:  o DI de janeiro de 2017 subiu a 12,37%, de 12,05% na sexta-feira, com 27.920 contratos; e o DI de janeiro de 2021 foi a 12,41%, ante 12,09%, com 4.650 contratos.

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Nos contratos curtos, o DI de abril de 2011 fechou a 10,84%, de 10,80% no ajuste de sexta-feira, com 247.945 contratos, e o de julho de 2011 a 11,17% ao ano, de 11,11%, com 82.415 contratos.

Segundo reportagem do jornal O Estado de S. Paulo de hoje, a presidente eleita não convidou nem pretende convidar Meirelles a permanecer no comando do Banco Central. Na semana passada, Meirelles declarou que só permaneceria no cargo com garantias de autonomia da instituição e confirmou ter recebido convite da equipe de transição para discutir esta semana o futuro da autoridade monetária. O diretor de Normas do BC, Alexandre Tombini, aparece como o nome mais cotado para o cargo.

Despedida
O presidente do Banco Central, Henrique Meirelles, afirmou na noite desta segunda-feira (22) que seu encontro com da presidente eleita Dilma Rousseff “será anunciado na hora certa”, indicando que não há uma data fechada. Ao ser perguntando se o discurso feito pouco antes, durante o evento Prêmio Qualidade 2010 Sinaprocim-Sinprocim, no prédio da Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (Fiesp), não tinha um tom de despedida do governo, Meirelles sorriu e respondeu: “Foi de celebração”, o que repetiu por duas vezes.

“Portanto, alguns me perguntam o que o senhor espera para o futuro, o que o senhor espera para a vida pública. Eu espero terminar de fato esse mandato juntamente com o presidente Lula, concluindo esse tipo de trabalho de responsabilidade do Banco Central do Brasil que é zelar pela estabilidade macroeconômica do País e, portanto, prover as condições básicas para o crescimento sustentado”, disse, quase no final do seu discurso, depois de ter detalhado vários números que mostraram a evolução macroeconômica brasileira desde 2003 até o momento e a estabilidade dos  fundamentos econômicos com previsibilidade da condução da política econômica.

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