Juízes desafiam parlamentares a revelar seu salário de fato e compará-lo com o teto
Por Fausto Macedo, no Estadão desta terça:Juízes federais e estaduais desafiaram ontem os deputados que disputam a presidência da Câmara a abrirem os holerites dos servidores e dos próprios parlamentares. Os magistrados querem saber quanto o Congresso paga efetivamente a seus integrantes e se o teto constitucional está sendo acatado.A cobrança foi feita incisivamente a […]
Juízes federais e estaduais desafiaram ontem os deputados que disputam a presidência da Câmara a abrirem os holerites dos servidores e dos próprios parlamentares. Os magistrados querem saber quanto o Congresso paga efetivamente a seus integrantes e se o teto constitucional está sendo acatado.A cobrança foi feita incisivamente a dois dos três candidatos, Aldo Rebelo (PC do B), atual presidente da Câmara que busca a recondução, e Arlindo Chinaglia (PT-SP). Na sexta-feira, em São Paulo, durante debate sobre os subsídios da Câmara, Aldo e Chinaglia criticaram os supersalários da magistratura, principalmente os dos ministros do Supremo Tribunal Federal (STF).Aldo propôs o congelamento dos salários dos ministros do Supremo, que é de R$ 24,5 mil. Chinaglia criticou o fato de que um ministro do STF ganha cerca de três vezes mais que o presidente da República. Gustavo Fruet (PSDB-PR), o terceiro candidato, foi cauteloso e apenas propôs que o vencimento dos parlamentares seja reajustado de acordo com os índices inflacionários.“Foi o Congresso quem aprovou o projeto que fixou o teto do Supremo”, reagiu Fernando Mattos, presidente em exercício da Associação dos Juízes Federais, referindo-se à votação ocorrida em 2005. “Seria muito oportuno, dentro de um processo de transparência, que o Legislativo revelasse a remuneração dos parlamentares e de seus funcionários.”
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