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Blog do jornalista Reinaldo Azevedo: política, governo, PT, imprensa e cultura
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JOGA BOSTA NA POLÍTICA 3 – Fala de Padilha e burrice propositiva!

Ministro diz o óbvio — governo conta com a fidelidade do partido ao qual dá ministério — e vira alvo de uma patrulha fabulosa. É mesmo um espanto

Por Reinaldo Azevedo Atualizado em 17 fev 2017, 08h55 - Publicado em 16 fev 2017, 00h30

O PT tem até de se preocupar um pouco, embora esteja mais feliz do que pinto no lixo. Afinal, dada a depredação a que está sendo submetido o governo Michel Temer, até que o presidente se segura bem — estranho que a sua rejeição não seja de 100%. E, vamos convir, Lula já poderia estar se elegendo no primeiro turno, né?

Mas quem depreda? Sim, digo! O PAMPI (Partido do Ministério Público e da Imprensa), as esquerdas (como de hábito), a direita xucra, a direita que se quer letrada e exerce a xucrice com grife e alguns movimentos que lutaram em favor do impeachment. Colunistas de esquerda estão encantados com a possibilidade de consolidar o “malaise” no dia 26 de março, num ato de protesto contra um monte de coisa…

Os especuladores é que estão felizes.

Elenco, em posts anteriores, duas situações em que se joga bosta na política por jogar. Apenas porque parece um esporte decoroso. Vamos ao terceiro. Numa palestra na Caixa Econômica Federal — Atenção! Evento público! —, Eliseu Padilha, ministro da Casa Civil, afirmou, na prática, que o PP levou o Ministério da Saúde porque se comprometeu a votar com o governo.

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Os fariseus que reagem contra a fala fingem que nunca se fez isso antes no Brasil. Alguns deles exaltavam Lula, quando presidente, em razão de sua enorme capacidade de fazer alianças. Lembram-se disso? O petista governou com o apoio de boa parte do que se chama por aí de “direita”? Por quê? Ora, habilidade, gente!!!

Já o presidente Michel Temer é uma pessoa horrível. Onde já se viu? Dado o sistema político que vigora no Brasil, como é que esse sujeito escolhe um ministro num partido e pede que, em compensação, este partido lhe dê votos?

Mas votos pra quê? Pra nada??? Não!!! Votos para aprovar, por exemplo, o teto de gastos; votos para aprovar, por exemplo, a flexibilização do pré-sal, que permitiu ao país sair da inação; votos que podem permitir — estou cético! — a reforma da Previdência. Ou vamos para o baralho!

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Aí me disse ontem um interlocutor: “Ora, é claro que sou favorável a essas medidas do governo Temer e apoio essas mudanças”.

Ele só se esquece de que o presidente teve de buscar os votos para fazer o que fez lá no Congresso.

Alguém tem alguma ideia de ditadura mais virtuosa do que essa? Pois então que dê.

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Mas o PAMPI se arrepia todo. E, onde já se viu?, o ministro comete o desplante de ainda defender o que disse. E sobra a impressão de que falou algum absurdo.

Não! Eu não vou ficar por aqui a teorizar sobre o presidencialismo de coalizão. Mas o fato é que temos o sistema político que fomos capazes de fazer até aqui. E que, incrivelmente, pode se tornar muito pior se certas vocações prosperarem.

Minha mulher cravou uma frase que adoro sobre certa pessoa famosa, que, num determinado evento, opinava com vigor sobre todas as coisas, muito especialmente sobre aquelas que eram de seu absoluto desconhecimento — outra praga contemporânea em tempos de gente que tem Google, mas não tem leitura nem, por óbvio, memória: “Fulana é de uma burrice propositiva que chega a ser encantadora”.

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Sim, às vezes, a burrice chega a encantar por suas certezas. E mais ainda por seu destemor.

Assim, quando se cobram isso e aquilo de Temer, não é raro que se ignore a necessidade de manter, sim, sólida maioria no Congresso, que contemple até algumas rebeldias. Em razão dessa maioria e de uma concessão ou outra que não são do nosso agrado, o presidente consegue aprovar o que é necessário — e nos agrada.

Não, senhores! Eu não estou aqui a fazer a defesa tosca do realismo político. Este não sou eu. A depender do que venham me expor por “realismo”, estrilo, dou porrada a três por quatro. Eu sou, ao contrário, talvez principista demais.

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O que eu não suporto — e nunca suportei, nem quando era de esquerda — é que se ignorem os dados da realidade em nome de puras operações mentais sem substância e sem consequência.

E hoje, infelizmente, os setores ditos “de direita” fazem pela volta das esquerdas ao poder muito mais do que estas podem fazer por si mesmas.

 

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