Contra a minha vontade, sou obrigado a escrever: Lula não se saiu mal na entrevista ao
Jornal da Globo. Estava muito irritado, isso era visível. Parecia ter tomando um coquetel de Prozac, Zoloft, Red Bull, café e uma cachacinha. Falou pelos cotovelos. Só se enrolou mesmo quando foi obrigado a explicar as alianças com monumentos morais como Jáder Barbalho, Nei Suassuna e Newton Cardoso. Saiu-se lá com uma cascata de que é obrigado a fazer aliança com quem quer apoiá-lo, que não é juiz de ninguém… E avançou numa metáfora: “Aliança é como casamento”. Aí deu branco. Como assim? O Apedeuta percebeu a besteira. A gente costuma casar com quem gosta, não é? Ele ainda tentou: “Você pode não querer, mas, se você gosta, você casa”. Então é mais do que conveniência e interesse? É amor? William Waack e Cristiane Pelajo, em seguida, decidiram debater políticas sociais. Lula nada de braçada. Não porque sejam boas, mas porque ele consegue articular um discurso convincente. E falou o que quis. Não adianta: seu calcanhar de Aquiles, o que o tira do sério, o que o faz perder o rebolado são as acusações de corrupção falta de ética. E que se constate uma coisa: o Apedeuta é apedeuta, mas burro não é. Aprende rápido. Na entrevista ao
Jornal Nacional, estava um tanto acuado, na defensiva. Agora, não. Fechou a cara e mandou brasa. Demonstrou apetite. E é demonstrar apetite. Se é que vocês me entendem…
Íntegra da entrevista de Lula