PRORROGAMOS! Assine a partir de 1,50/semana
Imagem Blog

Reinaldo Azevedo

Por Blog Materia seguir SEGUIR Seguindo Materia SEGUINDO
Blog do jornalista Reinaldo Azevedo: política, governo, PT, imprensa e cultura

Governo confessa crime de responsabilidade e deixa claro que pedalou também neste ano

Diferença entre o que Dilma prometeu no começo do ano e o que teremos no fim é de estratosféricos R$ 186,213 bilhões. E ela ainda quer ficar...

Por Reinaldo Azevedo Atualizado em 31 jul 2020, 00h10 - Publicado em 4 nov 2015, 21h01

Não teve jeito. O governo foi obrigado a confessar o crime fiscal — e de responsabilidade! — cometido em 2014 e, atenção!, também em 2015. O déficit primário neste ano pode chegar a R$ 119,9 bilhões. No começo do ano, Dilma havia prometido um superávit de R$ 66,3 bilhões. A diferença é de espantosos R$ 186,213 bilhões. E como se chegou a isso? Vamos ver.

O Ministério da Fazenda encaminhou à Comissão Mista do Orçamento um relatório discriminando o tamanho das pedaladas fiscais — isto é, de gastos efetivos do governo que simplesmente sumiram da contabilidade no ano passado e sumiriam neste ano: R$ 57,013 bilhões, assim distribuídos:
– passivo da União junto ao FGTS: R$ 10,990 bilhões;
– adiantamentos do FGTS à União: R$ 9,747 bilhões
– valor que o Tesouro deve ao BNDES: R$ 22,438 bilhões;
– valor devido pelo Tesouro ao Banco do Brasil: R$ 12,329 bilhões
– valor devido à CEF: R$ 1,509 bilhão.

Nota: desse total, R$ 51,488 bilhões são obrigações de dívida a pagar, e R$ 5,525 bilhões, encargos dessa dívida. Há mais: R$ 17,281 bilhões referem-se a pedaladas que dizem respeito já a 2015. Agora é oficial: o governo admite que pedalou também nas contas deste ano.

O que isso quer dizer, só para lembrar? Quer dizer que o governo não repassou o dinheiro para aqueles entes públicos continuarem com os tais programas sociais ou com as operações de crédito, que, no entanto, foram mantidos, o que viola a Lei de Responsabilidade Fiscal e constitui crime de responsabilidade da presidente da República, conforme estabelece a Lei 1.079. Esse é o principal argumento da denúncia contra Dilma, protocolada na Câmara por Hélio Bicudo, Janaina Paschoal e Miguel Reale Jr.

Pois é… O governo entregou nesta quarta ao Congresso a sua defesa no caso das pedaladas, que levaram o TCU, por unanimidade, a recomendar ao Parlamento que rejeite as contas de 2014. Tudo indica que, nas suas explicações, disse que fez o que era costume — coisa que o TCU já negou.

Continua após a publicidade

Se petistas ou esquerdistas têm alguma dúvida se o crime aconteceu ou não, perguntem, então, ao Ministério da Fazenda. O que vai acima é uma confissão. E uma confissão que não diz respeito apenas ao mandato anterior de Dilma, mas também a este, que está em curso. Acorda, Rodrigo Janot!

Nas contas, o governo prevê ainda um déficit para este ano de R$ 51,8 bilhões. Caso se somem àqueles R$ 57,013 bilhões, chega-se a um buraco de R$ 108,813 bilhões. Ocorre que deixarão de entrar nos cofres públicos R$ 11,1 bilhões em receitas com o leilão do setor de energia, o que aprofunda o buraco para espantosos R$ 119,913 bilhões.

Esse é o tamanho da competência da presidente Dilma. Não! Esperem! É mais grave.

Continua após a publicidade

Não custa refrescar a memória: Dilma deu início a seu segundo mandato prevendo fazer um superávit de 1,15% do PIB — R$ 66,3 bilhões. Agora, pode produzir um déficit, em razão de lambanças feitas no ano passado e neste, de R$ 119,913 bilhões. A diferença, meus caros, é de estarrecedores R$ 186,213 bilhões.

E há quem ache que ela tem de continuar no cargo.

Pra quê?

Publicidade

Matéria exclusiva para assinantes. Faça seu login

Este usuário não possui direito de acesso neste conteúdo. Para mudar de conta, faça seu login

Black Friday

A melhor notícia da Black Friday

BLACK
FRIDAY

MELHOR
OFERTA

Digital Completo

Acesso ilimitado ao site, edições digitais e acervo de todos os títulos Abril nos apps*

Apenas 5,99/mês*

ou
BLACK
FRIDAY
Impressa + Digital
Impressa + Digital

Receba 4 Revistas no mês e tenha toda semana uma nova edição na sua casa (a partir de R$ 8,90 por revista)

a partir de 35,60/mês

ou

*Acesso ilimitado ao site e edições digitais de todos os títulos Abril, ao acervo completo de Veja e Quatro Rodas e todas as edições dos últimos 7 anos de Claudia, Superinteressante, VC S/A, Você RH e Veja Saúde, incluindo edições especiais e históricas no app.
*Pagamento único anual de R$71,88, equivalente a 5,99/mês.

PARABÉNS! Você já pode ler essa matéria grátis.
Fechar

Não vá embora sem ler essa matéria!
Assista um anúncio e leia grátis
CLIQUE AQUI.