Governo ainda não decretou o fim da crise política, mas Aécio Neves já!
Na Folha: O senador Aécio Neves (PSDB-MG) afirmou nesta terça-feira que a demissão de Antonio Palocci do cargo de ministro da Casa Civil põe fim à crise que paralisa o governo desde 15 de maio. “Do ponto de vista político, obviamente há um encerramento”, afirmou. No entanto, o tucano diz acreditar que as investigações das […]
Na Folha:
O senador Aécio Neves (PSDB-MG) afirmou nesta terça-feira que a demissão de Antonio Palocci do cargo de ministro da Casa Civil põe fim à crise que paralisa o governo desde 15 de maio. “Do ponto de vista político, obviamente há um encerramento”, afirmou. No entanto, o tucano diz acreditar que as investigações das suspeitas levantadas após a revelação do enriquecimento de Palocci continuarão. “Do ponto de vista jurídico, a Procuradoria do Distrito Federal certamente vai ouvi-lo ainda, vai investigar se houve, eventualmente, tráfico de influência”, disse.
Para Aécio, a decisão de Palocci foi “sensata” ao perceber que “a Procuradoria do Distrito Federal certamente vai ouvi-lo ainda, vai investigar se houve, eventualmente, tráfico de influência”. Ele afirmou que as novas assinaturas de senadores governistas ao pedido de abertura de CPI (Comissão Parlamentar de Inquérito) pode ter influenciado na decisão do agora ex-ministro, e disse acreditar que a mudança na Casa Civil reduzirá a “arrogância” do governo.
Segundo o senador tucano, a oposição continuará atuando em conjunto nas ações para investigar a origem da fortuna de Palocci e rever a estratégia de convocação de Palocci ao Congresso para prestar esclarecimentos. A crise que levou à saída de Palocci teve início no dia 15 de maio, após a Folha revelar que o ministro multiplicou seu patrimônio por 20 entre 2006 e 2010.
A Projeto, empresa aberta por ele em 2006 –quando o ministro afirmou ter patrimônio de R$ 356 mil– comprou, em 2009 e 2010, imóveis em região nobre de São Paulo no valor total de R$ 7,5 milhões. A Folha também mostrou que o faturamento da empresa foi de R$ 20 milhões em 2010, quando ele era deputado federal e atuou como principal coordenador da campanha de Dilma à Presidência da República.
Em entrevista exclusiva à Folha, Palocci afirmou que não revelou sua lista de clientes a Dilma, atribuiu as acusações a ele a uma “luta política” e disse que ninguém provou qualquer irregularidade na sua atuação com a consultoria Projeto. Em nenhum momento o agora ex-ministro revelou a lista de clientes de sua consultoria e alegou “cláusula de confidencialidade” para não divulgar para quem ele trabalhou enquanto exerceu simultaneamente as funções de deputado e consultor.