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Reinaldo Azevedo

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Blog do jornalista Reinaldo Azevedo: política, governo, PT, imprensa e cultura
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Freio de arrumação: ao leitor, com açúcar, com afeto

Disse-me uma amiga, que acompanha este blog a alguns milhares de quilômetros, em terras ignotas — gosto de usar alguns vocábulos de exceção porque sempre há um petralha para me acusar de “elitista escroto” —, que uma das coisas boas do que aqui se faz é “a paixão”. Talvez sim. Embora eu me queira frio […]

Por Reinaldo Azevedo Atualizado em 31 jul 2020, 23h06 - Publicado em 17 out 2006, 17h26
Disse-me uma amiga, que acompanha este blog a alguns milhares de quilômetros, em terras ignotas — gosto de usar alguns vocábulos de exceção porque sempre há um petralha para me acusar de “elitista escroto” —, que uma das coisas boas do que aqui se faz é “a paixão”. Talvez sim. Embora eu me queira frio e racional, não aprendi certas artes da sutileza. A dureza se confunde com fé cega. Não é. Só evito perder tempo com o que não tem solução. Às vezes, faço um post como este, e sempre o chamo de “freio de arrumação”. Vamos lá:

Petralhas
Hoje é um dia em que estão assanhados. Abriram a porta do hospício, e eles escaparam. Ou, então, aconteceu aquele efeito poltergeist: resolveram todos se levantar de suas covas rasas. Vêm-me cobrar “democracia”. Pfui… Se defendo que jornais e revistas tenham a sua linha editorial e escrevam o que lhes der na telha — a Justiça está aí para os reclamantes —, imaginem o que penso sobre blogs. Vão fazer o de vocês, seus bananas. E me deixem em paz.

Inocentes úteisHá aqueles que se julgam as Heloísas Helenas do lado de lá: vêem-se como guardadores das chaves dos verdadeiros princípios do conservadorismo. E, claro, acusam FHC de ser um colaboracionista do petismo, verdadeiro responsável pela eleição de Lula e outras tolices que não se sustentam na história ou que só ganham volume nas asas de teorias conspiratórias análogas e contrárias aos delírios de esquerdopatas.Estes também vêm torrar o meu saco, querendo ligar FHC ao Foro de São Paulo e me cobrando ataques ao ex-presidente. Tenham paciência! Vão exigir credenciais ideológicas de suas respectivas progenitoras. Ninguém me põe canga. Já escrevi mais de uma vez e já participei de debates sobre o dito-cujo. O mais recente foi na Associação Comercial de São Paulo. Olhem aqui: não preciso reivindicar um lugar único, solitário ou minoritário no debate ideológico para que minhas palavras façam sentido.Também é uma tolice considerar que, no Brasil, seria eficiente evocar a ameaça chavista para combater Lula, como tem sido em alguns países da América Latina — menos, infelizmente, na Venezuela… A exemplo da oposição brasileira, acho que cabe também à oposição venezuelana perguntar onde está errando, não é mesmo? Ou será ela um exemplo de eficiência? Importando seus métodos para o Brasil, Lula seria, em breve, um ditador. Por deméritos próprios, claro, mas também nosso. Ou vamos reivindicar o lugar das vítimas cheias de moral e razão? Cuidado: há muitas maneiras de exercer a moral escrava de um petista…Lula compõe, sim, com Chávez, Fidel, Evo Morales e companhia, o grupo de governantes dispostos a dar um “by pass” na democracia. Ocorre que, no Brasil continental, o ditador venezuelano é um ilustre desconhecido. Essa “militância” estaria condenada a ser minoritária, ineficaz, quixotesca até. E, acima de tudo, ingênua. Imaginem só: lá às margens do açude de Pirambeira do Mato Dentro do Norte, não se fala em outra coisa… Um pouco de realismo não faz mal a ninguém. E de conhecimento do Brasil real.

Campanha de Alckmin
Outros comentários que começaram a pingar aqui dão conta de que eu nunca confiei muito na campanha de Alckmin etc e tal. De fato, fui e sou crítico das opções feitas. Mais do que isso: fui crítico da insistência do ex-governador em ser candidato. Sei muito bem o que escrevi. Assim como FHC NUNCA disse, também não direi: “Esqueçam o que eu escrevi”. Ao contrário: faço questão de que lembrem o que escrevi. Escrevi, inclusive, que Tasso Jereissati, Aécio Neves e próprio Alckmin haveriam de arcar com a responsabilidade de, no começo deste ano, terem detonado um candidato que tinha o dobro das intenções de voto — José Serra — para escolher o que tinha a metade: Alckmin.
O PT consegue juntar a herança do bolchevismo com sotaque fascista, tudo embalado num pacote de aparente respeito à democracia. Com a devida vênia: essa crítica eu faço há uma década ao menos. Não comecei agora. Dirigi uma revista e um site que sustentavam esse ponto de vista e que pagaram o preço de fazê-lo — a rigor, pago o preço até hoje. Sempre deixei claro que considero prioritário derrotar o PT. Fiz e faço isso em textos, em entrevistas, em palestras. Mas não tenho compromisso com o erro.
A campanha de Alckmin começou errada e continuou errada até estourar o caso do dossiê contra José Serra. Explorar a questão eleitoralmente, ao contrário do que dizem as Malvinas Cruelas do jornalismo petista, não tem nada de golpista ou de oportunista. Mas é claro que foi uma tábua de salvação de uma campanha que ainda não havia encontrado o rumo. Sem o dossiê, as eleições teriam sido liquidadas no primeiro turno. Por méritos/deméritos de Lula? Certamente. Mas também das oposições. Ou vocês acham que a política não cobra o seu preço pelos erros cometidos?

Meu compromisso
Não tenho compromisso com o PSDB, com Alckmin, com Serra, com quem quer que seja. Meu compromisso é com o regime democrático, a economia de mercado, os direitos individuais, a pluralidade, o antiestatismo. E vou, sempre lembrando quais são os meus princípios, adaptando isso que é uma militância não-partidária às opções dadas, não raro escolhendo o mal menor — aí já o dever, vá lá, de um cristão.
Vocês queriam o quê? Que eu visse Alckmin assinando um documento asseverando que não vai privatizar estatais — uma mentira inventada pelo PT — e ficasse calado? Quer dizer que os petistas inventam o roubo social e não precisam explicar nada, mas os tucanos se vêem obrigados a assinar documentos jurando que não vão fazer o que não vão fazer? Para usar o título do livro de Olavo de Carvalho, recém-relançado (não deixe de ler quem ainda não o fez), não contem comigo para ser um “imbecil coletivo” — ainda que de boas causas.
Se for o caso, que se perca a eleição fazendo o debate correto. Por que Alckmin precisa ter medo de debater a privatização? Por que não opõe os leilões públicos da venda das ações da Telebrás ao roubo — este, sim, a verdadeira “privataria” — que virou prática cotidiana nas estatais?

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