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Reinaldo Azevedo

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Financial Times faz análise convencional e ruim do que acontece no Brasil

O Financial Times escreveu em editorial que os protestos que tomam conta do país indicam que “o modelo brasileiro pode ter chegado ao fim”. Eu já disse que escreverei na madrugada sobre a Mãe (ou Pai) de Todos os Equívocos no caso dessas manifestações. Esperem um pouquinho. Por enquanto, aponto o equívoco do FT. Por […]

Por Reinaldo Azevedo
Atualizado em 31 jul 2020, 05h58 - Publicado em 20 jun 2013, 00h13

O Financial Times escreveu em editorial que os protestos que tomam conta do país indicam que “o modelo brasileiro pode ter chegado ao fim”. Eu já disse que escreverei na madrugada sobre a Mãe (ou Pai) de Todos os Equívocos no caso dessas manifestações. Esperem um pouquinho. Por enquanto, aponto o equívoco do FT. Por mais que eu gostasse que fosse assim, o fato é que não é.

Não que o modelo já não tenha se esgotado. Isso é verdade, mas não está na raiz dos eventos em curso. Essa é de outra natureza. Se você, leitor, como eu, é um liberal e considera que esse é o verdadeiro progressismo, então boa parte da motivação desses protestos é reacionária. Também me estenderei mais depois.

A explicação do FT é meio determinista e burocrática. Isso não quer dizer que Dilma não esteja bastante enrolada e o petismo também. A questão é saber qual é a resposta para esse rolo. A concessão que o Movimento Passe Livre arrancou no berro, na base do movimento fascistoide — democrático é uma pinoia —, engrossa os indicadores ruins elencados pelo FT.

Os problemas apontados pelo jornal existem, sim, mas os protestos, lamento, não têm nada a ver com isso. A análise do jornal nesse particular é convencional e ruim.
*
A onda de protestos que se espalhou pelo país nas últimas semanas já repercute nos jornais internacionais, inclusive nos que tratam de economia e investimentos. O jornal britânico Financial Times dedicou seu editorial desta quarta-feira aos protestos que ocorrem em cidades brasileiras, que tiveram como estopim o aumento do preço das tarifas de transporte público.

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Segundo o diário, o movimento que se alastra no Brasil, sem líderes e propostas bem definidas (que vão de combate à corrupção ao gasto do dinheiro público e a inflação), mostra um cenário preocupante: “Ele sugere que o modelo brasileiro pode ter chegado ao seu limite”.

O FT reconhece a década de crescimento econômico ocorrida no país graças, sobretudo, ao boom dos preços das commodities e o estímulo ao consumo. O jornal cita, ainda, a saída de cerca de 30 milhões de pessoas da pobreza e o aumento da classe média, como consequência. Contudo, como as mudanças sociais não corresponderam aos anseios da própria classe média, como melhora em saúde pública e educação, a população, segundo o FT, se encontra diante de um impasse: por um lado, a conjuntura ruim, que diziam ter ficado para trás, e, por outro, o glorioso presente no qual o governo diz que os brasileiros vivem.

“Eles (os brasileiros) pagam impostos de países desenvolvidos para serviços públicos deficientes. Ônibus superlotados e um alto tráfego fazem da rotina diária um fardo caro e demorado. A corrupção do governo é frequente. O descompasso é especialmente amplo quando se trata de instituições que não passaram por reformas, como a polícia. Sua truculência contra os manifestantes indignaram a população”, escreve o jornal.

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Segundo o FT, os acontecimentos políticos não deixarão nenhum líder imune – e tal situação deve preocupar os mercados em relação aos mercados emergentes como um todo. O editorial aponta que o atual cenário é um aviso de que o descaso político e o dinheiro fácil da última década podem estar perto do fim.

Mercados
Também nesta quarta, o blog Beyondbrics, do FT, afirmou que, por ora, os protestos não afetaram o mercado financeiro. Ainda que a bolsa de valores brasileira esteja operando com volatilidade, abaixo dos 50000 pontos, e o dólar esteja em franca trajetória de valorização, o diário informa que investidores não estão preocupados com as manifestações no curto prazo. “Não encontramos nenhum analista que fizesse qualquer conexão entre as manifestações e os preços dos ativos”, escreveu o Beyondbrics.

No entanto, o FT aponta que as manifestações resultam de crescimento econômico em desaceleração, alta dos preços e falta de ação para conter problemas estruturais – e tais fatores, sim, preocupam investidores.

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