Errei. Foi morte por água, não por fogo

Um leitor me passa uma descompostura, afirmando que Marcio Thomaz Bastos nada teve a ver com a defesa dos assassinos do índio Galdino. Vejam lá nos comentários. E me recomenda cuidado com lendas urbanas e tal. Acho que sei quem é. Ele sabe que eu sei que ele é leitor do blog. É, eu me confundi de caso. E errei de elemento. Bastos não foi advogado de defesa de um acusado de matar com fogo, mas de um acusado de matar com água. Lembram-se do calouro de medicina Edison Tsung Chi Hsueh? Em 1999, com 22 anos, ele foi comemorar o seu ingresso na faculdade de Medicina da USP. No dia seguinte, seu corpo foi encontrado no fundo da piscina da Associação Atlética. Foram acusados Luiz Eduardo Passarelli Tirico, Frederico Carlos Jana Neto, Guilherme Novita Garcia e Ary de Azevedo Marques Neto. Bastos era advogado de Tirico. No dia 19 de dezembro de 2002, o ministro Paulo Gallotti, do Superior Tribunal de Justiça, comunicou ao Tribunal de Justiça de São Paulo a suspensão da ação penal 230/99. A decisão do STJ foi tomada um dia depois da indicação de Bastos para a pasta da Justiça do governo Lula. Pode até ser uma coincidência, mas “lenda urbana” não foi. O único punido pela morte de Edison foi a própria vítima. Quem mandou não saber nadar?