Em ano em que se debate novo Código Florestal, o desmatamento na Amazônia diminuiu em vez de crescer. E, de novo, a polêmica sobre Belo Monte
Um das linhas de ataque ao novo Código Florestal, falácia muito propagandeada pelos sectários de Marina Silva, aquela que está fundando um movimento “não-político” para fazer política, é que o simples debate provocou um aumento do desmatamento. Segundo dizem, isso teria ocorrido por causa da “anistia” (que não existe no texto!) aos desmatadores. O que […]
Um das linhas de ataque ao novo Código Florestal, falácia muito propagandeada pelos sectários de Marina Silva, aquela que está fundando um movimento “não-político” para fazer política, é que o simples debate provocou um aumento do desmatamento. Segundo dizem, isso teria ocorrido por causa da “anistia” (que não existe no texto!) aos desmatadores. O que há, só para lembrar mais uma vez, é a possibilidade de que as multas por desmatamento aplicadas antes de julho de 2008 sejam convertidas em ações de compensação ambiental — vale dizer: “matamento” (se me permitem a brincadeirinha).
Assim, por uma questão lógica, ninguém poderia usar a proposta do novo Código para desmatar se, depois de julho de 2008, não existe mais a alternativa de trocar a multa por compensação. Ocorre que os ambientalistas entraram naquela categoria de pessoas com licença especial para mentir. Vejam o caso (posts abaixo) da questão nº 42 do vestibular da Fatec, em São Paulo.
Bem, não só não houve um aumento do desmatamento na Amazônia como houve uma substancial diminuição. Vejam o que informa Priscilla Mendes, no G1. Volto em seguida:
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O diretor do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe), Gilberto Câmara, informou nesta segunda-feira (5) que o desmatamento na Amazônia Legal atingiu área de 6.238 quilômetros quadrados entre agosto de 2010 e julho de 2011, uma queda de 11% na comparação com o período de agosto de 2009 a julho de 2010. Essa é a menor área desmatada no período desde que o sistema Prodes (Projeto de Monitoramento do Desflorestamento na Amazônia Legal) começou a monitorar o desmatamento na região, em 1988, informou o Inpe.
Os dados foram divulgados no Palácio do Planalto, em Brasília, após os ministros Aloizio Mercadante (Ciência e Tecnologia) e Izabella Teixeira (Meio Ambiente) e os presidentes do Inpe e do Ibama reunirem-se com a presidente Dilma Rousseff. A Amazônia Legal compreende áreas de nove estados – Acre, Amapá, Amazonas, Maranhão, Mato Grosso, Pará, Rondônia, Roraima e Tocantins. Conforme o Inpe, as informações foram coletadas pelo sistema Prodes, que usa 96 imagens que cobre 90% de toda a Amazônia. O Prodes estima a taxa anual e a extensão do desmatamento bruto e divulga na rede o banco de dados digital.
Entre os estados que encabeçam a lista dos maiores desmatadores, o Pará está em primeiro lugar, com 2.870 quilômetros quadrados de área desmatada entre agosto de 2010 e julho de 2011. Os únicos dois estados que registraram aumento da área em relação ao ano passado foram Mato Grosso (20% de crescimento) e Rondônia, que, em 2011, dobrou a área desmatada. A situação particular de Rondônia – cuja área desmatada foi de 1.126 quilômetros quadrados no período – “precisa ser esclarecida”, afirmou a ministra do Meio Ambiente, Izabella Teixeira. “Precisamos saber quais são as causas. Rondônia nunca experimentou dobrar o desmatamento”. Para Aloizio Mercadante, os dois estados despertam preocupação por serem os únicos estados a terem aumento nos dados.
Voltei
E aqui cumpre lembrar, para voltar à polêmica de Belo Monte, uma questão relevante. Aquele vídeo aloprado das estrelas da Globo, o tal Gota d’Água, faz um escarcéu danado porque a usina iria inundar 640 km² da floresta. Bem, o número real é 502,8 km², dos quais 228 já ficam alagados durante boa parte do ano, nas cheias. Notem que o desmatamento de um único ano (6.238 km²), e ainda quando ele é baixo, corresponde a 12,4 Belos Montes (isso se usarmos o alagamento total). Se considerarmos apenas a parte de alagamento realmente novo, são 22,8 usinas.
Isso dá a dimensão daquela batatada e explica por que atores, que dizem textos alheios, o que é da profissão, precisam se instruir primeiro se querem ser reconhecidos como donos de uma voz.