Eles na TV

No horário eleitoral, o candidato do PT ao governo de São Paulo, Aloizio Mercadante, deixou claro que já esgotou seu estoque de ataques. Agora faz arruaça teórica com reportagens da Folha. Depois de o PT ter deixado 50 mil alunos em escolas de lata, pega-se o exemplo de uma caso mal resolvido como evidência de que nada mudou. A linha que Mercadante empregou no horário eleitoral não é diferente da embocadura editorial dada pelo jornal. Isso diz muito do esgotamento de seus recursos retóricos e também da reportagem. Posso estar enganado, mas acho que Mercadante continuará a encontrar material para alimentar seu programa. Assim é o mundo.

Num tom meio indignado, o candidato petista resolveu dar uma bronca no eleitor: “Como é que você ainda vai votar no PSDB?” Voltou a prometer ser um Lula em São Paulo. Deus há de ter piedade de nós, acho eu. Quércia, do PMDB, continua com a ladainha contraproducente sobre a segurança em São Paulo. O tucano José Serra não abandonou a linha propositiva e, desta feita, deu mais importância à questão do emprego.

Volto a Mercadante. Ele inicia uma terceira fase da campanha. Começou com os ataques, uma tentativa clara de desconstruir Serra. Não decolou. Mudou para o “Mercadante gente como a gente” — o que é bem inverossímil: ele se acha muito melhor do que qualquer um… Qualquer petista sabe disso. Mostrou até foto de quando era bebê, sem bigode. E agora retoma os ataques, na linha jornalismo verdade, com um discurso falsamente indignado. Implora um voto de confiança.