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Reinaldo Azevedo

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Blog do jornalista Reinaldo Azevedo: política, governo, PT, imprensa e cultura
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Ele matou 16 israelenses jogando um ônibus no desfiladeiro, sobreviveu graças à medicina israelense e não se arrepende. Muito pelo contrário!

Vale a pena ler este texto de Roberto Simon no Estadão de hoje. Explica muita coisa. * A tenda erguida na Cidade de Gaza em homenagem a Abdel Hadi Ghnim – considerado o primeiro terrorista suicida da causa palestina – estava em festa na quinta-feira. Um dos 477 presos trocados pelo sargento Gilad Shalit, Ghnim, […]

Por Reinaldo Azevedo Atualizado em 31 jul 2020, 10h24 - Publicado em 23 out 2011, 06h43

Vale a pena ler este texto de Roberto Simon no Estadão de hoje. Explica muita coisa.
*
A tenda erguida na Cidade de Gaza em homenagem a Abdel Hadi Ghnim – considerado o primeiro terrorista suicida da causa palestina – estava em festa na quinta-feira. Um dos 477 presos trocados pelo sargento Gilad Shalit, Ghnim, de 46 anos, visitava o local.

Em 1989, ele abordou um ônibus lotado que ia de Tel-Aviv a Jerusalém. Após alguns minutos, arrancou o motorista do banco, assumiu a direção e jogou o veículo num desfiladeiro. O ônibus capotou várias vezes e explodiu.

Ao todo, 16 pessoas – todas civis – morreram no “atentado da linha 405″, como o episódio é conhecido em Israel. Outros 27 passageiros ficaram feridos.

Ghnim sobreviveu, ironicamente, graças ao atendimento médico que recebeu em Israel. Na semana passada, visivelmente entusiasmado com a liberdade, recepcionava convidados que vinham homenageá-lo.

Na época do atentado, ele não tinha vínculo com grupos políticos. Ghnim diz ter decidido atacar civis israelenses depois que seu melhor amigo, Radwan Abu Shmis, tomou um tiro nas costas de um soldado de Israel, que o deixou paralítico.

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Na quinta-feira, depois de 22 anos, Shmis foi até Ghnim agradecer o “ato de coragem” do amigo. Os dois permaneciam lado a lado, agitados. Em sua cadeira de rodas, Shmis organizava a fila dos visitantes que desejavam dar as boas-vindas ao recém-chegado. Quando o Estado aproximou-se de Ghnim, foi instruído a esperar sentado, tomando o refresco que Shmis mandou trazer para os convidados da festa.

“Nunca tive arrependimento do que fiz. Contra a ocupação (israelense), só a resistência é a resposta”, disse Ghnim, que foi condenado pela Justiça de Israel a 16 prisões perpétuas – uma para cada civil que ele matou. Na prisão, Ghnim já havia escutado, semanas atrás, rumores de que seu nome constava da lista de prisioneiros que seriam trocados por Shalit. A confirmação veio pela TV, três dias antes de a troca ser feita.

Ao cruzar a fronteira do Egito na direção de Gaza, os oito ônibus que levavam os presos foram cercados por uma multidão descontrolada, em festa. “É difícil explicar o que senti. Um choque de liberdade tão maravilhoso”, contou Ghnim.

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Ele lembra que, quando saiu da Faixa de Gaza, o território ainda era ocupado por colonos israelenses.

Os assentamentos que lá existiam foram retirados em 2005, sob ordens do então primeiro-ministro, Ariel Sharon. “Você está vendo? Já liberamos Gaza. Falta o restante da Palestina. Acho que dei minha contribuição para a causa.”

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