Diogo e um ataque energúmeno
É claro que eu não leio Tão Gomes Pinto. Eu nem sabia que ele tinha um blog. Aliás, pouca gente sabia ou sabe. Um leitor me mandou um link. Ele comenta a coluna de Diogo Mainardi na Veja desta semana. Trata-se de um texto abjeto, além de porcamente escrito. Reproduzo abaixo porque acho que essas […]
Trata-se de um texto analfabeto, na gramática e no estilo. Tão escreve “anti-lulismo, voce, ninguem, vigilancia, apoiam, sem vergonha, inteligenzia, ignorancia (!) e tambem”. Já sabemos. Não quer dar aula de língua ou estilo, mas de caráter. Por isso, chama Diogo de “canalha, inescrupuloso, sem vergonha (sic) e pústula”. E ainda incita o leitor: “e voce (sic) pode alinhavar aí todas as palavrinhas e especialmente os palavrões que conhece.”
Ele não disfarça: não fica confortável com a defesa que certos artistas fizeram de Lula. Lembram-se? A síntese foi dada por Paulo Pet-Petralha: “É preciso enfiar a mão na merda”. Tão acha que isso acaba “queimando o candidato”. Então descobrimos a razão da sua fúria: ele quer proteger Lula. E até evoca uma espécie de testemunho do jornalista Guilherme Fiúza — olha as afinidades eletivas que vocês está despertando, Guilherme… Eu, hein, Rosa!?
Tão não deve ser um canalha. Mas seu texto é. Ao afirmar, o que é mentira, que “cada vez mais gente deixou de ler a revista do Civita por causa do Diogo”, está tentando empurrar um desafeto para o desemprego. Aliás, esse é o dado de humor involuntário de Tão (que só consegue ser engraçado sem querer): ter a pretensão de ser adversário intelectual de Diogo Mainardi. Está tentando lamber as botas do ex-patrão (ele já foi de Veja, quando a revista era deficitária) para ver se este demite o colunista. Tão, com seu estilo Monza último tipo, quer ensinar Roberto Civita a ganhar dinheiro.
O sonho dourado desses caras é ver no desemprego e na rua da amargura todas as pessoas das quais divergem. É o seu modo de cortar cabeças, de condenar à guilhotina. Compro briga com muito jornalista e colunista, como estou fazendo aqui agora, mas há um limite e uma medida. É claro que este senhor atravessou as fronteiras do razoável. De resto, nunca é tarde para aprender. Inclusive aprender a escrever. Segue o texto, para que fique como documento, antes que o próprio Tão dele se arrependa.
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“Continuo na minha sacrificada missão de ler a Veja – e especialmente a coluna do Diogo Mainardi. Encaro esse trabalho como uma missão caridosa. Uma atividade em prol da comunidade.
Muita gente – cada vez mais gente, aliás, diz que deixou de ler a revista do Civita por causa do Diogo Mainardi. Ele consolidou, com o seu anti-lulismo escrachado, a imagem do mais canalha, inescrupuloso, sem vergonha, pústula – e voce pode alinhavar aí todas as palavrinhas e especialmente os palavrões que conhece.
Todos cabem perfeitamente no Diogo. Ou no que ele escreve semanalmente na revista que “ninguem mais lê”. Então eu me sacrifico e leio para o pessoal.
Afinal, já dizia a velha e sábia matrona da política que atendia pelo apelido de UDN, o preço da liberdade é a eterna vigilancia.
É o que eu faço: vigio o Diogo de perto.
Esta semana ele escreve sobre os intelectuais que apoiam o Lula. Eu mesmo já escrevi aí em baixo, mandando os intelectuais lulistas por favor calarem a boca. Se continuarem falando besteira, eles vão acabar “queimando” o candidato.
O Guilherme Fiuza escreveu na mesma linha. O assunto dominou as conversas da “inteligentzia” durante a semana. Mas chega de conversa mole, vamos ao que diz o Diogo. A maldade da coluna já vem no título: “O mensalão das artes”
O canalha conta em seguida que a Eletrobrás patrocinou o último espetáculo teatral de José de Abreu. E diz que José de Abreu ganhou 145 900 reais pelo espetáculo. O Diogo diz que checou. Foram precisamente 145 900 reais.
Ele se pergunta: “É muito? É pouco? Que sei lá eu?” . Ou seja admite a sua própria ignorancia.
Depois ele foi fuçar a agenda do Wagner Tiso, outro que esteve no jantar do Gil e que abriu a caixa de ferramentas do besteirol falando em ética na política.
Em primeiro lugar esse tal de Mainardi não pode ir fuçando a agenda alheia assim sem mais nem menos. Isso é invasão da privacidade, pô.
E o que ele descobriu na agenda: apenas viu que ele rege a orquestra da Petrobras, toca no domingo na Funarte, coordena as quintas no BNDES, viaja a Paris a convite do Ministério da Cultura, é mandado a Goiás pelo Ministério do Turismo,apresenta-se no Centro Cultural Banco do Brasil, e pede tutu da Lei Rouanet para gravar um CD comemorativo de sua carreira.
Ainda bem que o Diogo admite: ele assume que gosta de se intrometer na vida dos outros. Telefonou para a assessoria de imprensa da Petrobras para tentar descobrir o valor do contrato do Tiso com a orquestra.
Ninguém quis me informar, diz o Diogo. Ele lembra que a Petrobras é o maior patrocinador cultural do Brasil. Em 2005, investiu 235 milhões de reais em patrocínios.
Continuando no seu vício de meter o bedelho onde não é chamado, o Mainardi listou o que ele chama de “algumas personalidades do meio artístico” que declararam voto em Lula.
Isso é pirraça pura, picuinha. Sugere maldosamente que nós boicotemos os espetáculos dessa gente. Estão na lista do Mainardi o Paulo Betti, a Arlete Salles, a Bete Mendes, o Jorge Mautner, a Alcione, o Jards Macalé, a Renata Sorrah, o Zeca Pagodinho, a Fernanda Abreu, o Luiz Carlos Barreto, o Augusto Boal, a Rosemary, o Jorge Furtado, o Marcos Winter, o DJ Marlboro, o Ariano Suassuna, a Shel, o Cara Branca, o Magrelo e o Moringa.
Aí fica escrachada a maldade.
Ele mesmo pede: “Cancele a última parte. Estou confundindo tudo. Os quatro últimos apóiam o PT, mas não pertencem ao meio artístico. Pertencem ao PCC”.
De fato, o Dieguito está fazendo uma mistureba total, uma geleca geral. Assim tambem não dá!”