Dilma em agosto: “Vou fazer ajuste fiscal pra quê? Eu não concordo!” Dilma em fevereiro: ajuste de R$ 50 bilhões!
Achei uma reportagem muito ineressante da Reuters, do dia 24 de agosto. Vejam com que energia e tom desafiador e meio malcriado — ela ainda era uma plebéia — a então candidadata do PT, Dilma Rousseff, negava a necessidade de um ajuste fiscal. Nesta semana, o governo determinou um corte de R$ 50 bilhões no […]
Achei uma reportagem muito ineressante da Reuters, do dia 24 de agosto. Vejam com que energia e tom desafiador e meio malcriado — ela ainda era uma plebéia — a então candidadata do PT, Dilma Rousseff, negava a necessidade de um ajuste fiscal. Nesta semana, o governo determinou um corte de R$ 50 bilhões no Orçamento. Mas não é ajuste fiscal, tá??? Segue o texto.
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A candidata do PT à Presidência, Dilma Rousseff, descartou nesta terça-feira a necessidade de um ajuste fiscal pelo novo governo dada a atual situação do Brasil e as incertezas que ainda perduram na economia global.
“O cenário internacional que a gente está pode ser ainda um cenário de depressão, então é muito producente manter as coisas como estão”, disse Dilma a jornalistas.
Reportagem da Folha de S.Paulo de segunda-feira, sem citar fontes, relatava que um eventual governo Dilma realizaria um ajuste fiscal. O próprio presidente do PT, José Eduardo Dutra, disse à Reuters, na sexta-feira, que ela poderia cortar gastos do governo para cumprir metas fiscais.
Depois de negar na véspera que houvesse estudos nesse sentido, Dilma foi mais enfática nesta tarde.
“Com o país crescendo a 7%, com inflação sob controle, com o atual nível de reservas (internacionais)… eu vou fazer ajuste fiscal para que, hein?”, questionou. “Eu não concordo que o Brasil tenha que se submeter sistematicamente a cada fim de governo a um ajuste fiscal”
Lembrando o ajuste feito pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva quando assumiu, em 2003, a candidata argumentou que aquilo foi feito pela necessidade daquela conjuntura.
“Nós fizemos ajuste fiscal quando foi preciso, nem piscamos. Isso não significa que vou transformar necessidade em virtude”, argumentou.
Ela prometeu que não permitirá gastos desnecessários e que manterá a política de queda da dívida pública e manutenção da inflação sob controle.
“Não vou deixar que se gaste um tostão se não for necessário… o Brasil não pode gastar dinheiro onde não é necessário”, disse. “Uma coisa é manter a dívida caindo e eu vou manter, eu vou manter o controle da inflação.”