Deputado dono de castelo culpa DEM por sua renúncia do cargo
Do Estadão On Line, com Agência Brasil. Comento em seguida:Em sua carta de renúncia ao cargo de 2º vice-presidente da Câmara, o deputado Edmar Moreira (DEM-MG) afirma que seu afastamento se dá em razão da “ausência de respaldo” do próprio partido para o exercício do cargo. No documento que foi encaminhado no último domingo ao […]
Em sua carta de renúncia ao cargo de 2º vice-presidente da Câmara, o deputado Edmar Moreira (DEM-MG) afirma que seu afastamento se dá em razão da “ausência de respaldo” do próprio partido para o exercício do cargo. No documento que foi encaminhado no último domingo ao presidente da Casa, Michel Temer (PMDB-SP), e divulgado nesta segunda-feira, 9 à imprensa, Moreira se diz vítima de “inverídicas imputações” e que seu desligamento do cargo na Mesa Diretora é irretratável.
Moreira não resistiu à pressão política e apresentou no último domingo pedido de renúncia do cargo de segundo vice-presidente da Câmara. Como a corregedoria da Câmara é vinculada a essa vice-presidência, ele também abriu mão automaticamente dessa função. A suspeita de não ter declarado à Justiça Eleitoral a posse de um castelo em Minas, avaliado em R$ 25 milhões, tornou insustentável sua situação.
“A verdade foi esquecida. Questões como o fato de que a propriedade objeto de tanta celeuma foi construída de 1982 até 1990, antes do meu primeiro mandato eletivo, tornou-se irrelevante. O fato de a referida propriedade estar registrada e declarada no imposto de renda dos meus filhos desde 1993 também não foi averiguado”, argumenta Moreira na carta de renúncia.
O deputado mineiro ainda critica a postura do seu partido, o DEM, dizendo que ele não soube respeitar a prerrogativa regimental de sua candidatura avulsa. “Não soube exercer a ampla defesa e muito menos o contraditório antes de se pronunciar publicamente por fatos totalmente infundados, exercendo verdadeira ‘perseguição pessoal’ através de execração pública”.
Formalizada hoje a vacância do cargo, o presidente da Câmara deverá marcar eleição específica para seu preenchimento, o que pode ocorrer ainda esta semana. O deputado Vic Pires Franco (DEM-PA), que foi atropelado pela candidatura avulsa de Moreira na primeira eleição, deve de novo ser lançado ao posto.
DenúnciasA crise envolvendo o parlamentar, porém, se agravou no fim de semana com a suspeita de que teria usado de maneira irregular a verba indenizatória da Câmara nos últimos dois anos.A nova denúncia contra Moreira dá conta de que ele teria utilizado R$ 245,6 mil de sua verba indenizatória em serviços de segurança particular, justamente seu ramo de atuação. O dinheiro é destinado a gastos com o mandato no Estado do parlamentar. A verba indenizatória é de R$ 15 mil mensais e, normalmente, os deputados pedem ressarcimento de gastos com combustíveis, consultoria, impressos e aluguel de escritório. Em 2008, o parlamentar do DEM utilizou com serviço de segurança R$ 140 mil.Além dessa nova suspeita, Moreira não declarou à Justiça Eleitoral a posse de um castelo, avaliado entre R$ 20 milhões e R$ 25 milhões. O imóvel tem 36 suítes. Ele também foi denunciado pelo Ministério Público por apropriação indevida de contribuições ao INSS recolhidas por funcionários de uma empresa de vigilância que teve durante mais de 30 anos.A crise envolvendo o parlamentar, conhecido defensor de deputados acusados de quebra de decoro no Conselho de Ética, começou quando ele próprio deu uma declaração polêmica na semana passada. Moreira defendeu a ideia de que deputados passassem a ser julgados apenas pelo Judiciário e não mais pela própria Casa, respaldado no que chamou de “vício da amizade”.Presidente do DEM, o deputado Rodrigo Maia (RJ) também já dá como certa a expulsão de Moreira do partido em uma reunião da Executiva Nacional marcada para amanhã. Ele também defendia a saída de Moreira das duas funções na Câmara.
Comento
É isso, aí Ed-Mar. Caia fora mesmo do DEM. Com que então o homem que levou Minas ao litoral — ou o litoral a Minas — não tem reconhecidos pelo partido os seus prodígios?! É um absurdo! Como continuar na legenda?
Aliás, tenho uma sugestão ao DEM: facultar a este senhor a saída do partido sem conseqüente processo para reaver a vaga na Câmara. Deixe que vá. É dessas ausências que somam muito. Que eu saiba, o processo de perda de mandato por mudança de legenda só se dá se a Justiça Eleitoral for provocada. Que Ed-Mar (o homem que comeu o mar, já fiz aqui a digressão etimológica) expanda seus domínios em outra freguesia.