Assine VEJA por R$2,00/semana
Imagem Blog

Reinaldo Azevedo Materia seguir SEGUIR Seguindo Materia SEGUINDO

Por Blog
Blog do jornalista Reinaldo Azevedo: política, governo, PT, imprensa e cultura
Continua após publicidade

Depois da comédia de erros, forças se mobilizam no Reino Unido para permanecer na União Europeia

Governo da Escócia acena com a possibilidade de o país deixar o Reino Unido; líderes conservadores e trabalhistas defendem que Câmara dos Comuns vete a saída

Por Reinaldo Azevedo Atualizado em 30 jul 2020, 22h25 - Publicado em 27 jun 2016, 08h43

Uma espetacular comédia de erros. Eis o resultado do referendo que deu a vitória ao “Brexit”, que é a saída do Reino Unido da União Europeia. Já escrevi aqui: parece que muita gente acordou de um delírio coletivo. De tal sorte a situação é particular que os mais calados são justamente os vitoriosos. A impressão que tenho é a de que se divertiam em pregar a saída, na certeza, no entanto, de que seus adversários venceriam, e eles poderiam continuar a atribuir à “burocracia de Bruxelas” todos os males do mundo.

A campanha dos que se opunham à saída foi essencialmente errada. Insistiu-se excessivamente na demonização ideológica dos que defendiam o rompimento, acusados de brucutus de direita e de xenófobos, e não se deu a devida ênfase às dificuldades que adviriam dessa separação — sim, até agora não se conseguiu apontar um único ganho efetivo.

Já há um intenso movimento de líderes conservadores e trabalhistas para que a Câmara dos Comuns vete a saída — o que é possível, já que o referendo, do ponto de vista legal, tem caráter apenas de consulta. O governo da Escócia já disse que quer o país na União Europeia — e isso pode significar, então, sair do Reino Unido. Nesse caso, seria preciso fazer um novo referendo no  país. Em setembro de 2014, por 55,4% a 44,6%, os escoceses decidiram se manter na União. Mas agora a situação é outra.

Mais de três milhões de pessoas já assinaram uma petição para a realização de uma nova consulta, e lideranças importantes do país, como Tony Blair, ex-primeiro-ministro, defendem uma segunda votação.

Continua após a publicidade

Ocorre que líderes da União Europeia querem agora que o Reino Unido acelere o processo de saída. Quem decidiu crescer na crise é François Hollande, o fraco presidente francês. Para ele, o divórcio é agora irreversível, o que é, vamos convir, no mínimo, uma posição estranha. Por quê? Porque, legalmente, a decisão cabe à Câmara dos Comuns, e não será Hollande a definir como ela tem de votar.

O que parece é que o presidente francês não vê com maus olhos a saída do Reino Unido, um parceiro de Angela Merkel, a chanceler alemã, na defesa das políticas de austeridade para o bloco. O socialista talvez sonhe com um protagonismo maior da França, que ficaria numa posição de mais força diante da superpoderosa Alemanha.

Reitero o que escrevi aqui na madrugada de domingo. Não acho que venha o fim do mundo nem creio na teoria do dominó. Se o Reino Unido efetivar a sua saída, terá de fazer tantos acordos bilaterais com a União Europeia que o efeito prático da saída pode não ser tão grande — e, qualquer que seja, será negativo para a população do Reino Unido, se “unido” continuar. O resultado das eleições na Espanha, com o ligeiro crescimento do PP, que é pró-União Europeia, talvez indique que o voto em favor do rompimento só ameaça mesmo de cisão é o próprio Reino Unido.

Publicidade

Matéria exclusiva para assinantes. Faça seu login

Este usuário não possui direito de acesso neste conteúdo. Para mudar de conta, faça seu login

Domine o fato. Confie na fonte.

10 grandes marcas em uma única assinatura digital

MELHOR
OFERTA

Digital Completo
Digital Completo

Acesso ilimitado ao site, edições digitais e acervo de todos os títulos Abril nos apps*

a partir de R$ 2,00/semana*

ou
Impressa + Digital
Impressa + Digital

Receba Veja impressa e tenha acesso ilimitado ao site, edições digitais e acervo de todos os títulos Abril nos apps*

a partir de R$ 39,90/mês

*Acesso ilimitado ao site e edições digitais de todos os títulos Abril, ao acervo completo de Veja e Quatro Rodas e todas as edições dos últimos 7 anos de Claudia, Superinteressante, VC S/A, Você RH e Veja Saúde, incluindo edições especiais e históricas no app.
*Pagamento único anual de R$96, equivalente a R$2 por semana.

PARABÉNS! Você já pode ler essa matéria grátis.
Fechar

Não vá embora sem ler essa matéria!
Assista um anúncio e leia grátis
CLIQUE AQUI.