DEM e Kassab: tudo certo e nada no lugar
ACM Neto (BA), líder do DEM na Câmara, esteve ontem com o prefeito Gilberto Kassab. Tiveram o que ambos definiram como uma “boa conversa”. E, pelo visto, nada além disso! Em março, o partido define a nova direção. A possibilidade de o desfecho ser ruim para o grupo do prefeito é imensa — e ele […]
ACM Neto (BA), líder do DEM na Câmara, esteve ontem com o prefeito Gilberto Kassab. Tiveram o que ambos definiram como uma “boa conversa”. E, pelo visto, nada além disso! Em março, o partido define a nova direção. A possibilidade de o desfecho ser ruim para o grupo do prefeito é imensa — e ele só teria chances de permanecer no DEM se a turma de Rodrigo Maia fosse derrotada, o que é o menos provável.
Não é segredo para ninguém que PMDB e PSB cortejam o prefeito. A mudança de legenda traz embutido o risco da perda de mandato. Kassab tem um argumento forte a seu favor: foi vítima de uma ata fraudada, que lhe tirou poderes que haviam sido conferidos por instância superior do partido. Caracteriza perseguição, e dificilmente o TSE deixaria de considerar a questão. Mas há um problema: seria difícil levar outras pessoas com mandato, que correriam risco.
Se deixar o DEM, o provável é que Kassab decida mesmo fundar um novo partido, levando uma boa fatia da legenda — nesse caso, existe brecha legal —, o que deixaria o Democratas perto da inanição. É a escolha dos que decidiram radicalizar e transformar o partido em mero satélite de uma pré-candidatura à Presidência — no caso, a de Aécio Neves (PSDB), que atuou para garantir a liderança a ACM Neto, do grupo de Maia.
Que tamanho teria esse partido e qual seria o seu alcance? Difícil saber agora. Uma vez criado, viraria candidato à fusão com alguma outra legenda. Uma coisa é certa: caso o grupo de Maia vença a parada, a chance de kassab permanecer é inferior a zero.