Delfim e a troca de pupilo: de Maluf para Lula
Greta Garbo, quem diria?, foi parar no Irajá. Depois de ser tutor intelectual de Paulo Maluf por 25 anos, Delfim Netto, agora com 78 — e em quem Tancredo Neves via o grande futuro opositor de seu governo, o que não houve —, decidiu ser o Sêneca de Luiz Ignorácio Lula da Silva, em quem […]
“Folha – Mas o PT é contra o debate sobre autonomia do BC agora.
Delfim – E o que é o PT? O PT é um partido em murcha. O Lula demorou para entender que foi ele que elegeu o PT, e não o PT que o elegeu. O PT só o atrapalhou. Se for reeleito, será pela maioria dos brasileiros. Vai fazer outra vez um governo de coalizão. Não podemos imaginar que o Lula fez o programa do PT. Fez o programa da Carta aos Brasileiros. Os maiores opositores ao Lula estão no PT, que se consideram traídos. Achavam que a Carta era para enganar trouxa. O Lula teve sorte, uma iluminação, quando poupou as Finanças do PT. O Palocci não tem nada de PT.
(…)
Folha – E Palocci era seu principal aliado para amadurecer no governo a idéia do déficit nominal zero.
Delfim – As pessoas não sabem, mas o presidente Lula participou de todas as reuniões. Ele estava absolutamente convencido da necessidade de um programa que propunha, ao longo de cinco, seis, oito anos, uma redução da carga tributária e do endividamento público para poder ter grau de liberdade para crescer. Eu posso ter sido talvez o comecinho disso. Mas aquilo nasceu em reuniões das quais participaram o Palocci, outros membros do governo e o presidente. Dias antes do escândalo do mensalão, o presidente disse: “Eu topo”. Depois houve uma desintegração. Não foi uma invenção do sr. Delfim Netto. Foi pedido do governo para pôr em discussão pública e criar suporte para uma idéia que o governo ia executar.
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