Delcídio, você já está ferrado! Conte tudo! Ou: Refresco a memória de Dilma sobre Cerveró…
Governanta faz de conta que nunca teve nada a ver com Cerveró. Os fatos dizem o contrário. E continua a imoralidade do PT
O senador Delcídio ex-Vovó Mafalda do Amaral, que se revelou Vovó Metralha, pode se preparar para o corredor polonês. Que ponha a boca no trombone, ou vai morrer sozinho. E haverá poucos para velar o corpo. Em Paris, onde está para participar da Conferência do Clima, a presidente Dilma mandou avisar que não tem nada com isso.
Referindo-se à prisão do companheiro, afirmou: “Fiquei perplexa, extremamente perplexa. Eu não esperava que isso acontecesse, ninguém esperava”. Disse ainda não temer eventuais revelações: “Não tenho nenhum temor em relação a uma delação do senador Delcidio”.
Pois é… A presidente negou ainda que tenha sido ela a indicar Nestor Cerveró para a Diretoria Internacional da Petrobras, conforme disse o petista em seu depoimento: “Não indiquei o Nestor Cerveró. Eu acho que o senador Delcídio se equivoca. Não tenho relação com Cerveró”.
Bem, presidente… Mais ou menos. Em 2011, Cerveró estava fora da Petrobras em razão dos (des)serviços prestados, e a governanta o nomeou diretor financeiro da BR Distribuidora, não é mesmo?, onde ele ficou até 2014, quando começou a operação Lava-Jato. Atenção: a compra dos outros 50% de Pasadena estava na Justiça americana. Dilma sabia de tudo. Em 2012, a estatal perdeu a causa e teve de arcar com o abacaxi.
Mais ainda. Terei de refrescar a memória presidencial. Em 2000, à frente da Secretaria de Energia do Rio Grande do Sul, Dilma idealizou uma estrovenga chamada Termogaúcha, uma usina a gás, que nunca saiu do papel. Os sócios eram a Petrobras, a Repsol, a Ipiranga e a AES Sul.
Dilma queria realizações e estimulou a tal usina, com gás argentino, embora não existisse nem o gasoduto. Ela tinha a pretensão de obter financiamento do BNDES, mas não implementava as condições estabelecidas numa Medida Provisória. A AES se deu conta da fria e desistiu. As outras não queriam aumentar as respectivas participações.
Resumo o caso. Deu tudo errado. Dilma avalizou a compra de turbinas a gás e a vapor da empresa GE (General Electric) por US$ 100,3 milhões. Na época, ela ocupava o cargo de presidente do Conselho de Administração da CEEE — a companhia energética gaúcha. Em 2006, as turbinas foram vendidas por menos da metade do preço pago: US$ 43,1 milhões.
O representante da Petrobras na Termogaúcha era quem? Nestor Cerveró, que assina, diga-se, dois aditivos que os sócios tiveram de fazer no empreendimento furado. Então é certo que a agora presidente conhecia Cerveró desde aquela época, não é mesmo? Até porque, em 2000, como representante da Petrobras, Cerveró era muito mais do que Dilma…
Quando tudo deu errado, Dilma culpou o suposto desinteresse da Petrobras nas térmicas, mas o fato é que a usina não tinha nenhuma viabilidade e deixou um rombo enorme na CEEE. Ainda há uma ação judicial milionária dos sócios contra a estatal, cobrando o que ela não pagou.
Daqui a pouco, terei de descobrir que quem nomeou Cerveró fui eu… Tenham paciência!
Não é só Dilma quem está na linha do “joga essa gente pra lá”. Rui Falcão, presidente do PT, voltou a soltar os cachorros contra Delcídio, com a imoralidade habitual.
“Todos sabemos que há uma seletividade nas investigações da Lava Jato, como também são nítidas as manobras para criminalizar o PT como instituição. […] Nada disso, contudo, exime o senador do delito de usar seu cargo em benefício próprio, com prejuízos para o PT, o governo e o próprio País, sobretudo ao cogitar o suborno e a fuga de um criminoso que estaria colaborando com a Justiça”.
O único seletivo nessa história é Rui Falcão, o defensor entusiasmado de João Vaccari Neto. Como fica claro na sua fala, quem vai além da legalidade em defesa do partido, tudo bem! É que Falcão acha que o senador atuava pensando apenas no próprio interesse.
Vai, Delcídio, conte tudo! Ferrado, convenha, você já está. Faça ao menos uma boa ação, agora que você já está acabado para a política.