A PF constatou supostas discrepâncias nos relatos feitos por Bené, empresário próximo ao governador Pimentel, em seu acordo de delação
Por Reinaldo Azevedo
Atualizado em 30 jul 2020, 21h28 - Publicado em 27 out 2016, 18h32
A Polícia Federal deflagrou nesta quinta-feira a décima primeira fase da Operação Acrônimo, que investiga, entre outros, o governador de Minas Gerais, o petista Fernando Pimentel. Foram cumpridos 20 mandados judiciais, sendo dez de busca e apreensão e dez de condução coercitiva no Distrito Federal, Rio de Janeiro, São Paulo e Minas. Um dos alvos da ação foi o empresário Benedito Rodrigues de Oliveira Neto, o Bené, amigo pessoal e suposto operador de Pimentel. A PF constatou supostas discrepâncias e omissões nos relatos feitos por Bené em seu acordo de colaboração, que foi fechado com o Ministério Público Federal. A dona da agência Pepper, Daniele Fonteles, que também fechou um acordo de delação na Acrônimo, este com a PF, apresentou detalhes que não constavam dos depoimentos do empresário.
A operação de hoje concentra dois inquéritos policiais: o primeiro relacionado, de acordo com a PF, à “cooptação e pagamento de vantagens indevidas para que empresa de publicidade elaborasse campanhas educativas dos ministérios da Saúde, Cidades e Turismo nos anos de 2011 e 2012″. Já o segundo investiga suposta “fraude em licitação da Universidade Federal de Juiz de Fora pela gráfica de um dos investigados”.
A nova fase da Acrônimo teve como ponto de partida a delação premiada de Daniele Fonteles, da agência Pepper, ligada ao PT e responsável pelas redes sociais da última campanha de Dilma Rousseff. Segundo reportagem da Folha de São Paulo, ela teria afirmado à Polícia Federal que foi contratada pela agência de publicidade Agnelo Pacheco, em contratos nos ministérios da Saúde, Cidades e Turismo, em troca de pagamento de propina a Bené. Em seu depoimento, Danielle declarou que o empresário amigo de Pimentel ofereceu a ela uma campanha denominada “Combate à dengue”, a ser desenvolvida pela Saúde. Para assumir essa campanha, a Pepper seria uma subcontratada da Agnelo Pacheco, que detinha parte da conta geral do ministério. Em troca desse contrato, Danielle pagou cerca de 200 mil reais a Bené. O mesmo esquema, segundo ela, foi empregado em outros dois ministérios que tinham ligação com a Agnelo Pacheco. Bené era sempre o intermediário.
A Agnelo Pacheco é uma das principais agências de publicidade do país, que nos anos 2000 deteve a conta da prefeitura de São Paulo na gestão da prefeita Marta Suplicy, então no PT, e depois prestou serviços ao governo do Rio no mandato de Sérgio Cabral, do PMDB.
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