Darwin d’après Lula
Então ficamos assim.O governo federal, numa simples propaganda de camisinha, estimula o sujeito a pôr a Mangueira na avenida. Já comentei uma delas aqui: o cara acorda e leva um susto ao perceber que há um corpo dormindo ao lado — vivo, espero. Isso faz supor que o dito-cujo enfiou o pé na jaca — […]
O governo federal, numa simples propaganda de camisinha, estimula o sujeito a pôr a Mangueira na avenida. Já comentei uma delas aqui: o cara acorda e leva um susto ao perceber que há um corpo dormindo ao lado — vivo, espero. Isso faz supor que o dito-cujo enfiou o pé na jaca — no mínimo. Fazê-lo ou não é matéria de escolha individual, desde que preservados os direitos de terceiros, é claro — ou desde que o indivíduo arque com as conseqüências de transgredir o combinado. Qual é o meu ponto? A um governo caberia estimular o cumprimento da lei e os atos conscientes, a ponderação. Nas melhores famílias, os governos tendem a ser mais conservadores do que os cidadãos, na esperança de que, assim, freiem um tanto os impulsos dos mais exaltados. Aqui, não. Da propaganda de cerveja — em horário livre, é bom ressaltar — à campanha oficial do Ministério da Saúde, o bacana é fazer o que dá na telha, e isso pode incluir meter uma azeitona no cocuruto do nativo ao lado — por que não? Uai, brasileiros: comecem a se preparar para a possibilidade de que Banânia esteja revolucionando a antropologia e a biologia. Pensem bem: se começássemos a praticar o assassinato sistemático dos mais aptos e adaptados a uma sociedade civilizada, quem vocês acham que seria eleito presidente da República ao fim do processo?