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CUBA – Juventude rebelde

Eles têm a idade que os barbudos tinham quando desceram com Fidel Castro a Sierra Maestra – e a mesma sede de liberdade. São os jovens cubanos em luta contra a miséria moral e material da ditadura comunista. Suas armas são blogs, festas punk e hip-hop Por Duda Teixeira, de Havana, na VEJA: Adalberto Roque/AFP […]

Por Reinaldo Azevedo Atualizado em 31 jul 2020, 15h34 - Publicado em 10 abr 2010, 05h01
Eles têm a idade que os barbudos tinham quando desceram com Fidel Castro a Sierra Maestra – e a mesma sede de liberdade. São os jovens cubanos em luta contra a miséria moral e material da ditadura comunista. Suas armas são blogs, festas punk e hip-hop


Por Duda Teixeira, de Havana, na VEJA:

Adalberto Roque/AFP
A CORAGEM É BRANCA
Manifestação pacífica de esposas de presos políticos em Havana: inspiração para jovens

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Nesta edição: Blogs e sites de jovens cubano

As ruas de Havana Velha estão sempre cheias de turistas que, depois de tomar seu mojito na Bodeguita del Medio, vão aos ambulantes comprar camisetas de Che Guevara, charutos desviados das tabacarias estatais e comprimidos clandestinos de PPG, droga derivada da cana-de-açúcar receitada para controlar o colesterol e tida como afrodisíaca. Quem se aventura além dessa vitrine de produtos típicos do socialismo cubano encontra a Cuba real dos cortiços superlotados e caindo aos pedaços. A Cuba das panelas vazias, do medo e da delação. Mas também a Cuba da resistência jovem à ditadura comunista.

Orlando Luiz Pardo

Abaixo Fidel”
No dia 29 de outubro de 2008, Lia Villares, de 25 anos, saiu de casa às 9h30 da
manhã com a frase “Abaixo Fidel”, escrita a caneta azul em seu tênis. Enquanto
esperava o ônibus, foi abordada por uma policial, que a levou para a delegacia.
Lia foi interrogada por dois homens e depois liberada. No mesmo dia, a história
já estava em seu blog na internet. Ela ainda conseguiu que seu tênis da rebeldia
não fosse confiscado. Meses depois, Lia saiu com dois amigos pelas ruas de
Havana perguntando aos pedestres: “Abaixo quem?”. Alguns se recusaram a
responder. Os mais jovens, porém, falavam o nome dos irmãos Castro. A “pesquisa”
durou duas quadras. Na esquina, três viaturas esperavam os amigos, uma para
cada um. O trio dormiu na delegacia. Diz Lia: “Foi surreal, não recomendo a ninguém”.

Ao cruzar a porta de um desses cortiços, no topo de uma escada íngreme e precária, chega-se à cozinha, onde um jovem tecla em um notebook Compaq cujo peso e tamanho denunciam sua antiguidade tecnológica. Ao lado do computador, colado na mesa, há um adesivo com a bandeira de Cuba, o símbolo da arroba e a expressão “Internet para todos”. Na gerontocracia dos irmãos Fidel e Raúl Castro, que governam a ilha há 51 anos, o acesso à web é restrito a certas repartições públicas, hotéis, embaixadas e às casas dos chefões do regime. Fora dos círculos privilegiados da nomenklatura castrista, a internet é, digamos, manual. O velho Compaq está com sua memória cheia de arquivos com reportagens de jornais espanhóis e americanos, músicas de protesto e blogs feitos por cubanos na ilha e no exílio. Essa biblioteca digital, considerada subversiva pela ditadura comunista, é enriquecida semanalmente por pen drives que passam de mão em mão, de porta USB a porta USB, abrindo uma trilha digital de liberdade em meio à selva da opressão comunista.

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Fotos Orlando Luiz Pardo

“59, o Ano do Erro”
Ex-funcionário de um pequeno escritório de serigrafia, Gorki Águila, de 41
anos, é um ídolo da juventude de Cuba. Vocalista da banda punk Porno para
Ricardo, foi preso duas vezes (acima). Na primeira, ficou dois anos na cadeia.
“A cela era tão pequena que eu encostava nas duas paredes opostas ao mesmo
tempo”, diz. Em liberdade condicional, tornou-se ainda mais explícito em suas
críticas ao regime. Em O General, ele fala de Raúl Castro: “A m… continua”. Gorki
é mais efetivo ainda nas frases que estampa em camisetas. Dois exemplos:
“59, o Ano do Erro” (os irmãos Castro tomaram o poder em 1959) e “Che
Guevara, o Assassino do Povo Cubano” (o médico e motoqueiro argentino
Ernesto Guevara foi encarregado pelos Castro das execuções sumárias por
fuzilamento que vitimaram centenas de cubanos).

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