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Reinaldo Azevedo

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Crise freia exportação de emergente e aprofunda crise global, afirma BIS

Por Jamil Chade, no Estadão:O “colapso” dos fluxos de exportações fez a crise desembarcar com força também nos países emergentes. No caso específico do Brasil, para piorar, houve redução no estoque de crédito dos bancos internacionais de US$ 100,9 bilhões já nos primeiros momentos que marcaram o aprofundamento da crise, em setembro. Isso afetou sobretudo […]

Por Reinaldo Azevedo Atualizado em 5 jun 2024, 20h01 - Publicado em 2 mar 2009, 05h01
Por Jamil Chade, no Estadão:
O “colapso” dos fluxos de exportações fez a crise desembarcar com força também nos países emergentes. No caso específico do Brasil, para piorar, houve redução no estoque de crédito dos bancos internacionais de US$ 100,9 bilhões já nos primeiros momentos que marcaram o aprofundamento da crise, em setembro. Isso afetou sobretudo o financiamento ao comércio exterior. A tendência para os próximos meses é de que o quadro se complique ainda mais.
As constatações são do Banco de Compensações Internacionais (BIS), o banco central dos bancos centrais, com sede na Basileia, Suíça. Para a entidade, os emergentes agora “se unem à desaceleração global”. “O tombo das exportações e do crescimento são claras evidências de quão severa e sincronizada é a desaceleração global”, disse o BIS, em seu relatório trimestral, publicado ontem.
A instituição observou que esse fenômeno ficou claro depois que Cingapura anunciou, em janeiro, que o Produto Interno Bruto (PIB) do último trimestre de 2008 caiu 2,6%. “Foi o primeiro sinal a confirmar o impacto cada vez mais profundo da desaceleração global.” Depois, houve informações igualmente negativas. O PIB da Coreia do Sul caiu 3,4% no mesmo período. Na China, o crescimento passou de 9% para 6,8%.
Um dos principais vetores de transmissão da recessão dos ricos aos emergentes foi o comércio. Com a queda recorde nos PIBs de EUA, Europa e Japão, a demanda por produtos estrangeiros desabou. O resultado é uma queda nas exportações da Ásia, Europa Central e América Latina. A redução das vendas ainda provocou temores aos países que, nos últimos anos, passaram a depender das exportações para garantir expansão de suas economias.
Outro fator que contribuiu para a contaminação foi a falta de linhas de crédito para permitir que os países emergentes continuassem exportando. O Brasil, segundo o BIS, foi um dos países mais afetados.
“O colapso dos fluxos de comércio também está aparentemente relacionado com a seca nos créditos ao comércio nos países ricos após a quebra do (banco de investimentos) Lehman Brothers (em setembro).”
Os dados de exportações dos emergentes mostram o tamanho do problema. Na China, a queda das vendas externas é a maior desde que o país decidiu se abrir ao mundo, há 30 anos. Em janeiro, foi de 29%. Na Coreia do Sul, houve queda de 33% em janeiro, ante 35% de redução em Cingapura.
Na América Latina, a queda de exportações também é clara. Argentina e Brasil registraram reduções em suas vendas em janeiro. No Chile, a baixa foi de quase 40%. Segundo o BIS, o fluxo de crédito de bancos estrangeiros para emergentes desabou entre julho e outubro.
No período, os emergentes perderam US$ 286 bilhões, resultado de uma menor exposição dos bancos internacionais. O Brasil tinha, no fim de setembro, um estoque de linhas de créditos de bancos internacionais de US$ 276,3 bilhões. No fim de junho, eram US$ 377,2 bilhões.
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