Crise avança com desemprego e já custa US$ 1,9 trilhão
Por Fernando Canzian, na Folha:Agravada por novos recordes no desemprego, por intensa onda protecionista e com gigantes financeiros ainda à beira da falência, a maior crise mundial em 80 anos já tem um preço mínimo: US$ 1,9 trilhão.Esse é o valor que os 21 maiores países do mundo vão despejar a fundo perdido em investimentos […]
Agravada por novos recordes no desemprego, por intensa onda protecionista e com gigantes financeiros ainda à beira da falência, a maior crise mundial em 80 anos já tem um preço mínimo: US$ 1,9 trilhão.
Esse é o valor que os 21 maiores países do mundo vão despejar a fundo perdido em investimentos públicos para estimular suas economias. A cifra é um recorde absoluto em termos de incitamento fiscal conjunto e equivale à totalidade do que o Brasil produz em riquezas durante um ano e meio.
Os gastos públicos em infraestrutura, seguro-desemprego e subsídios, entre outros, elevarão os déficits das principais economias aos níveis da Segunda Guerra (1939-1945). Eles não contabilizam outros aportes nos bancos e empresas -que também não entram na conta do déficit, pois são feitos mediante garantias “reais” em ações ou títulos.
Mas, se a empresa socorrida pelo Estado vier a quebrar definitivamente, a perda eventualmente será contabilizada.
Só nos Estados Unidos, a estimativa é que essas injeções adicionais alcancem mais de US$ 1 trilhão. Desse total, US$ 335 bilhões já foram direcionados a quase 300 bancos e empresas, sem que o sistema tenha se estabilizado definitivamente. Nesta semana, o Departamento do Tesouro norte-americano anunciará como novas ajudas bilionárias serão empregadas. A hipótese radical da nacionalização de bancos não está descartada.
Nos últimos dias, a crise ganhou nova dinâmica, com pesadas nuvens de más notícias encobrindo poucas réstias de desdobramentos positivos.