Contra discurso vagabundo e terrorista, ações da Petrobras sobem 4,5%
Por Epaminondas Neto, na Folha: A Bovespa (Bolsa de Valores de São Paulo) contrariou as expectativas de um dia “morno” e teve forte alta, retomando o patamar dos 51 mil pontos, perdido após uma semana de realização de lucros (venda de ações muito valorizadas). Em um dia sem indicadores econômicos influentes, investidores voltaram às compras […]
A Bovespa (Bolsa de Valores de São Paulo) contrariou as expectativas de um dia “morno” e teve forte alta, retomando o patamar dos 51 mil pontos, perdido após uma semana de realização de lucros (venda de ações muito valorizadas). Em um dia sem indicadores econômicos influentes, investidores voltaram às compras com ânimo, reforçando a percepção de que a pior fase da crise global já passou. Em um ambiente de menor aversão a risco, a taxa de câmbio desceu para R$ 2,07, mesmo com nova intervenção do Banco Central.
O termômetro da Bolsa, o Ibovespa, disparou 5,01% no fechamento e atingiu os 51.463 pontos. O giro financeiro foi de R$ 7,82 bilhões. Nos EUA, a Bolsa de Nova York fechou em alta de 2,85%.
Parte do volume financeiro da Bolsa se deve ao exercício de opções sobre ações de hoje, com negócios de R$ 2,48 bilhões. No mercado financeiro, opções são contratos em que se negociam direitos de compra ou venda de um ativo (no caso, ações). Esse direito tem um prazo para ser exercido, o que regularmente infla o giro da Bovespa.
“Nós vimos uma série de fatores atuando. Primeiro, nós vimos o capital estrangeiro voltando com muita força. O fato do petróleo ter subido 4% também ajudou. E lá fora, os setores de varejo e bancos ajudaram nos negócios”, comenta Mariana Gonçalves, analista da consultoria Global Equity. “Na semana passada você teve um período de realização, mas muita gente já voltou a tomar posição [comprar ações]”, acrescenta.
A Bolsa é um mercado fortemente influenciado pelas variações de preços das commodities (matérias-primas), já que entre as ações preferidas pelos investidores estão justamente papéis de companhias como Vale do Rio Doce (minério de ferro), Petrobras (petroleo), além de siderúrgicas.
Hoje, a ação preferencial da Petrobras teve ganho de 4,50%, enquanto a ação da Vale subiu 6,12%. Já a ação do grupo Gerdau valorizou 8,24%.
O dólar comercial foi vendido por R$ 2,076, em um declínio de 1,61%. A taxa de risco-país marca 319 pontos, número 3,62% abaixo da pontuação anterior.
“O fluxo de dólar está realmente muito forte, tanto que o Banco Central tem sido obrigado a intervir diariamente, ainda que em pequenos lotes [de compra]. A questão é que se não intensificar esses leilões de compra, ou mesmo fazer aqueles leilões de ‘swap’, há muita chances de que dólar caia abaixo de R$ 2,00 no curto prazo”, comenta Mauro Araújo, profissional da mesa de operações da corretora Vision.
Entre as principais notícias do dia, o Ministério do Trabalho registrou a geração de 106.205 vagas com carteira assinada em abril. Trata-se do melhor resultado desde setembro do ano passado. Por conta do saldo de abril, no acumulado do quadrimestre o resultado está positivo em 48.454 vagas.
O boletim Focus, preparado pelo Banco Central, revelou que a maioria dos economistas do setor financeiro piorou sua projeção para a queda do PIB (Produto Interno Bruto): a contração esperada passou de 0,44% para 0,49%. A previsão para a taxa Selic de dezembro foi revisada de 9,25% para 9%.
O Ministério do Desenvolvimento informou que a balança comercial teve superávit de US$ 505 milhões na segunda semana de maio. No acumulado do ano, com 91 dias úteis, o saldo da balança acumula saldo positivo (exportações maiores que importações) de US$ 7,774 bilhões, uma variação de 34,2% ante o superávit de 2008.
Nos EUA, o diretor do Escritório de Orçamento e Gestão da Casa Branca, Peter Orszag, afirmou ontem à noite que a crise econômica pode ter atingido seu pico. Segundo ele, “a queda livre da economia parece ter se interrompido. Acho que a analogia é de que há alguns raios de sol que se filtram entre as árvores, mas ainda não saímos da floresta.”
Comento
Já imaginaram se as ações da Petrobras tivessem caído por alguma razão? Logo se atribuiria o fato à CPI. Os terroristas do governo ? e alguns infiltrados na imprensa ? precisam antes combinar com o mercado, não é?
Aliás, será preciso tomar cuidado com especuladores que sabem manipular central de boatos. Eles costumam ficar ricos comprando na baixa e vendendo na alta… Sei que é óbvio, mas não custa lembrar. E, às vezes, para comprar na baixa, é preciso antes sacudir a árvores, se é que me entendem…