Conforme este blog queria demonstrar: Islâmicos obtêm 65% dos votos no Egito
No Estadão. Nesta segunda, falaremos mais a respeito. Os resultados oficiais da primeira fase das eleições parlamentares no Egito mostram que as listas de candidatos de partidos islâmicos tiveram 65% da preferência popular no primeiro turno da votação, na semana passada. A Irmandade Muçulmana obteve 36,6%, o partido salafista Al-Nur ficou com 24,4% e os […]
No Estadão. Nesta segunda, falaremos mais a respeito.
Os resultados oficiais da primeira fase das eleições parlamentares no Egito mostram que as listas de candidatos de partidos islâmicos tiveram 65% da preferência popular no primeiro turno da votação, na semana passada. A Irmandade Muçulmana obteve 36,6%, o partido salafista Al-Nur ficou com 24,4% e os religiosos moderados do Wasat, 4,1%.
O segundo turno, que ocorre em nove das 27 províncias do país, será realizado hoje e amanhã. Segundo a Comissão Eleitoral, 9,7 milhões de votos em listas partidárias foram considerados válidos. Essa etapa da votação teve um comparecimento de 62%. Os partidos seculares não conseguiram bons resultados. O Bloco Egípcio teve 13,4% dos votos e o partido Wafd, 7,1%. A votação de hoje e amanhã definirá 50 deputados entre 100 candidatos individuais. As outras duas fases da eleição, entre 14 e 22 de dezembro e 3 e 11 de janeiro, ocorrerão em 18 províncias.
A nova Assembleia, que ao todo terá 498 representantes, terá a tarefa de designar os 100 responsáveis por escrever a nova Constituição do país. A junta militar que governa o Egito desde a queda de Hosni Mubarak, em fevereiro, no entanto, deu indícios de que pode indicar 80 desses deputados constituintes.
Protestos. O resultado deve acirrar a disputa entre militares e manifestantes que foram às ruas contra a ditadura. “Será o conflito pela alma do Egito”, disse o analista Nabil Abdel-Fattah, do Centro de Estudos Políticos e Estratégicos Al-Ahram. “O novo Parlamento será transitório, mas com perfil conservador.”
A dianteira dos moderados da Irmandade Muçulmana e dos radicais salafistas – que defendem a instituição da sharia, a lei islâmica, no Egito -preocupa líderes seculares e o Exército, além dos aliados ocidentais. Na semana que antecedeu a votação, milhares de pessoas tomaram a Praça Tahrir, no centro do Cairo, para pedir que os militares entreguem o poder para os civis.
Ainda não está claro, no entanto, se o Partido Justiça e Liberdade, o braço político da Irmandade Muçulmana, formaria um governo com os salafistas ou com os seculares. O porta-voz do Al-Nur, Nader Bakkar, disse que a negociação de uma coalizão entre salafistas e a Irmandade é prematura.
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