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Reinaldo Azevedo

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Com anúncio do déficit, dólar dispara

Na VEJA.com: O dólar opera em forte alta nesta segunda-feira diante da notícia de que o governo vai entregar hoje o Orçamento de 2016, prevendo um déficit nas contas públicas – ou seja, que a arrecadação não será suficiente para pagar os juros da dívida pública. O mercado reage negativamente ao possível déficit e precifica […]

Por Reinaldo Azevedo Atualizado em 31 jul 2020, 00h35 - Publicado em 31 ago 2015, 14h04

Na VEJA.com:

O dólar opera em forte alta nesta segunda-feira diante da notícia de que o governo vai entregar hoje o Orçamento de 2016, prevendo um déficit nas contas públicas – ou seja, que a arrecadação não será suficiente para pagar os juros da dívida pública. O mercado reage negativamente ao possível déficit e precifica o que já pode ser considerado mais um revés da equipe econômica da presidente Dilma Rousseff.

Por volta das 10h50, o dólar subia a 2,65%, sendo cotado a 3,68 reais.

Os investidores estão apreensivos com a possibilidade de o Brasil perder o grau de investimento, com o reconhecimento dos problemas. Além disso, esta é primeira vez na história que o governo prepara um orçamento com previsão de desequilíbrio fiscal desde a gestão do ex-presidente Fernando Henrique Cardoso, que começou a fazer esse tipo de cálculo. Segundo o jornal O Estado de S. Paulo, o resultado negativo deve ficar próximo de 30 bilhões de reais.

O reconhecimento das dificuldades foi a forma encontrada pelo Planalto para evitar “mascarar” o Orçamento, num momento de crise política e econômica, às vésperas de a presidente Dilma Rousseff enfrentar julgamento no Tribunal de Contas da União (TCU) pelas chamadas ‘pedaladas fiscais’ – manobras que consistiam em atrasar repasses a bancos públicos para melhorar os resultados fiscais. Um dia após abandonar a ideia de recriar a CPMF, o “imposto do cheque”, a presidente arbitrou a disputa interna no governo e decidiu escancarar os problemas. O orçamento só passa a entrar em vigor depois de passar pelo Congresso e pela sanção da presidente.

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“Não há nada de animador, nada de boas notícias”, disse o superintendente de câmbio da corretora Tov, Reginaldo Siaca. “Desde que me entendo por gente, este está sendo um dos piores momentos para o mercado financeiro”, completou.

Os movimentos locais também vinham em linha com os mercados externos, que sofriam o efeito do novo tombo da bolsa chinesa, acentuados também pela briga pela formação da Ptax de agosto. A taxa, calculada pelo BC, serve de referência para diversos contratos cambiais e operadores costumam disputar para deslocá-la a patamares mais favoráveis a suas operações.

Na semana passada, o dólar avançou 2,55%, e fechou na última sexta-feira a 2,58 reais, com os operadores mais otimistas em relação do cenário externo, mas preocupados com o resultado negativo do PIB brasileiro do segundo semestre. A forte valorização da divisa americana frente ao real foi puxada por temores dos investidores com a desaceleração econômica da China, uma das maiores parceiras comerciais do Brasil.

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Após o fechamento dos negócios na sexta, o BC anunciou para esta sessão leilão de venda de até 2,4 bilhões de dólares com compromisso de recompra em 4 de novembro de 2015 e 2 de dezembro de 2015. Além disso, sinalizou que deve rolar integralmente os swaps cambiais, contratos equivalentes a venda futura de dólares, que vencem em outubro.

“O BC não consegue estancar a alta do dólar, e nem quer. Ele quer deixar claro que está ali para fornecer liquidez, mas o problema agora não é de liquidez, é de fundamentos”, disse o superintendente de derivativos de um importante banco nacional.

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