Coluna na Folha: Infelizmente, inexiste acordão no Findomundistão
Quem dera o processo político reunisse as condições para se articular minimamente e afastar país do abismo; por enquanto, nada!
Leiam trecho:
Ah, caros leitores! Mesmo escrevendo colunas, é preciso correr algum risco, não? Ou sobra pouco além de tédio ou vodca. Li nesta Folha, na quinta (13), que “Temer, Lula e FHC articulam pacto por sobrevivência política em 2018”. E aí pensei com os meus olhos jamais cansados: “Que bom! Talvez haja algum futuro e não tenhamos de ficar à mercê de neófitos fundamentalistas e entusiasmados”.
Meu ânimo logo esfriou ao ler o texto. Com a caneta na mão –sim, no impresso; sou como o diabo: antigo–, resolvi grifar aquelas que seriam as medidas concretas do pacto. E lá se encontravam a cláusula de barreira e o fim das coligações proporcionais.
Ora, esses dois mecanismos estão presentes em todas as propostas de reforma política razoavelmente decentes, uma vez que se trata de corrigir, literalmente, uma indecência (a coligação proporcional) e uma vigarice: a geração de partidos por cissiparidade ou partenogênese. Leiam texto da Agência Câmara de 5 de dezembro de 2012, que traz os pontos da reforma que o então Todo-Poderoso PT queria. 2012!!!
Há em Banânia, que rebatizei de “Findomundistão”, certa dificuldade de fugir daquela falácia lógica que a Escolástica já discriminava: “post hoc ergo propter hoc”. Ou: “Depois disso; logo, por causa disso”. O fato de um evento “Y” suceder ao “X” não faz de “X” causa de “Y”. Não duvidem nunca! Primeiro canta a o galo; depois, o dia amanhece. Sei bem o que, criança caipira (do mato) e insone, sofri. Antes de cantar, o bicho bate as asas três vezes. Terrorista! Ainda que eu matasse todos os galos das vastas solidões, o dia romperia com fúria. Desculpem a demonstração algo rural e pessoal de uma falácia.
Busco outros elementos a indicar, então, que um grande acordão estaria em curso. E encontro lá outras possibilidades: anistia ao caixa dois, um novo modelo para o financiamento de campanha e até relaxamento de prisões preventivas. Já chamei aqui a anistia ao caixa dois de “A Loura do Banheiro” da política. Juram que existe, mas ninguém viu. Atenção! Essa questão é mais grave do que parece porque remete à essência de uma barafunda em curso, ignorada pela imprensa, obcecada pela… Loura do Banheiro.
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