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Reinaldo Azevedo

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Blog do jornalista Reinaldo Azevedo: política, governo, PT, imprensa e cultura
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Chapa açucarada, pedagogia da “maçã do amor” e verdades e mentiras sobre o Fundeb

No post abaixo, faço uma ironia com a eventual chapa Fernando Haddad-Gabriel Chalita, afirmando que a mistura pode ser perigosa para diabéticos. É tanta doçura reunida, né? Imaginem a disputa para saber quem SE ACHA mais gato… Mas é claro que movimentos assim evidenciam a natureza de cada um. A de Chalita se demonstra assim: […]

Por Reinaldo Azevedo Atualizado em 31 jul 2020, 10h12 - Publicado em 11 nov 2011, 20h31

No post abaixo, faço uma ironia com a eventual chapa Fernando Haddad-Gabriel Chalita, afirmando que a mistura pode ser perigosa para diabéticos. É tanta doçura reunida, né? Imaginem a disputa para saber quem SE ACHA mais gato… Mas é claro que movimentos assim evidenciam a natureza de cada um. A de Chalita se demonstra assim: era tucano e disse que deixou o PSDB pelo PSB porque perseguido por Serra. Depois de um ano, deixou o PSB também — não consta que tenha sido perseguido por ninguém, a não ser por seu próprio oportunismo. E agora é do PMDB.

Pronto! Nem preciso recorrer à sua vasta produção subliterária de “príncipe isso”, “menino aquilo”… Credo! Eu já tinha vontade de dar umas estilingadas no “Pequeno Príncipe” quando tinha uns oito, hehe. Com essa idade, Chalita lia Jean-Paul Sartre e dizia para a velha mestra, que morava num asilo e iniciava o infante no mundo da filosofia e da literatura existencialista: “Não entendi nada, mas adorei!” Que frase!

Já Fernando Haddad se define de outro modo. Comentando uma eventual aliança com Chalita, afirmou hoje:
“Eu estive duas vezes com Gabriel Chalita em encontro entre amigos. Eu sempre disse que, quando ele era secretário estadual da Educação, nós pudemos construir a quatro mãos programas importantes, como o Fundeb. Elogiei e elogio a postura construtiva que ele teve na eleição do ano passado, de maneira que mantenho com ele bom relacionamento. Se for decisão dele e do PMDB a manutenção de sua candidatura, vai ter todo o meu respeito”,

Chalita é aquilo que se viu, e o que vai acima não é Fernando Haddad — porque ele não existe; o que vai acima é o PT. Eu explico.

Essa história de Fundeb é pura mistificação política. Restasse a Chalita algum compromisso com a verdade, viria a público para esclarecer os fatos, em vez de ser mero joguete passivo das artimanhas do outro.

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Em 1996, o governo Fernando Henrique criou o Fundef (Fundo de Manutenção e Desenvolvimento do Ensino Fundamental e de Valorização do Magistério). O grande articulador foi o então ministro da Educação, Paulo Renato, que, infelizmente, morreu em junho deste ano. Para não variar, os petistas combateram bravamente o fundo e, atenção!, votaram contra a sua criação, o que é um escândalo, uma das muitas indignidades históricas do partido. ESSES CARAS VOTARAM CONTRA MAIS DINHEIRO PARA A EDUCAÇÃO! É simples assim!

No poder, o que fizeram os petistas? Rebatizaram o Fundef, passando a chamá-lo, em 2006, de “Fundeb” (Fundo de Manutenção e Desenvolvimento da Educação Básica), sob o pretexto de que passaria a atender também ao ensino médio. Chalita era secretário de Educação do governo de São Paulo, do PSDB, e presidia o Conselho de Secretários de Educação, condição em que participou, claro, dos debates sobre o fundo. Mas foi, reitero, uma participação institucional, obedecendo a uma diretriz do governo tucano. O PSDB  pode ter, e tem, muitos defeitos, mas não atua para sabotar o país. De todo modo, o agora amigão de Haddad tinha muitas críticas à proposta petista.

Vale dizer: Haddad, bom petista, omite que seu partido sabotou a criação do Fundef e omite que a participação de Chalita no rebatismo do fundo para Fundeb se deu obedecendo a uma diretriz do PSDB.

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Mas isso tudo tem explicação: os petistas tinham um desprezo solene por Chalita. Seus especialistas em educação sempre o ridicularizaram impiedosamente, por maus e por bons motivos. Entre os bons, está essa mania de o neopeemedebista confundir educação com a  “pedagogia da maçã do amor”, como poderia dizer Guilherme Macalossi, tuiteiro dos bons e leitor deste blog. Petistas que são, interessava o fato de que o outro era do partido adversário. Ainda que ele fosse um Schopenhauer, eles o teriam tratado como um Chalita.

Ocorre que o homem mudou de lado, foi pra banda de lá. Aí, meus caros, para os petistas — e, atenção!, para setores da imprensa também — todos os seus defeitos reais e imaginários se converteram em qualidade. Agora, mesmo ele sendo só um Chalita, passou a ser tratado como Schopenhauer.

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