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Cartel – Aécio diz a coisa certa sobre o CADE, e Cardozo se irrita

Como vocês sabem, o CADE  (Conselho Administrativo de Defesa Econômica) investiga a formação de cartel na compra de trens do metrô e da CPTM, em São Paulo. Há pelo menos oito meses, a imprensa é quase diariamente abastecida por informações vazadas por esse órgão. Durante um bom tempo, parecia que as empresas que fornecem trens […]

Por Reinaldo Azevedo Atualizado em 31 jul 2020, 04h13 - Publicado em 21 mar 2014, 02h04

Como vocês sabem, o CADE  (Conselho Administrativo de Defesa Econômica) investiga a formação de cartel na compra de trens do metrô e da CPTM, em São Paulo. Há pelo menos oito meses, a imprensa é quase diariamente abastecida por informações vazadas por esse órgão. Durante um bom tempo, parecia que as empresas que fornecem trens também para estatais federais e para outros estados só recorriam a esse método em São Paulo — governado pelo PSDB. Só agora o CADE anuncia que está investigando também contratos feitos com o governo federal.

O presidenciável Aécio Neves (PSDB) disse o óbvio: finalmente, o conselho deixará de investigar apenas administrações da oposição, emendando que seu partido não passa a mão na cabeça de malfeitores e pune quem tem de punir. Na prática, o chefe do CADE é o ministro da Justiça, José Eduardo Cardozo, já que o órgão é subordinado à sua pasta.

Cardozo se abespinhou, chamou Aécio de mal informado e afirmou que sua crítica é “desqualificada”. Disse: “Parece piada. O CADE investiga independentemente de questões políticas ou partidárias. Não é que o CADE mudou. É que os ingredientes para a investigação surgiram a partir da busca e apreensão que foi feita e da própria representação do PSDB. Ninguém investiga o que antes não tinha notícia de crime. A Siemens revelou problemas ou indício de cartel em São Paulo e Brasília, mas não falou de outras situações”.

Com a devida vênia, piada é a resposta do ministro. E vou dizer por quê:
1: eu, eu mesmo, Reinaldo Azevedo, publiquei uma reportagem no dia 13 de agosto do ano passado demonstrando que, nos metrôs de Porto Alegre e Belo Horizonte, apenas um consórcio se apresentou, formado pelas empresas CAF e Alstom.

2: No metrô de Porto Alegre, sob o comando da estatal federal Trensurb, a Alstom ficou com 93% do contrato, e a CAF, com 7%. No de Belo Horizonte, comandado por outra estatal federal, a CBTU, as posições de inverteram: a CAF ficou com 93%, e a Alstom com 7%.

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3: Isso foi publicado, insisto, há sete meses. Só agora o CADE sai da moita. O ministro vem com a desculpa esfarrapada de que o CADE só investiga se houver uma denúncia. No caso de São Paulo, ela teria sido feita pela Siemens, com o tal “acordo de leniência”, que é uma espécie de delação premiada.

4: O ministro omite a ativa participação do deputado estadual Simão Pedro, do PT — hoje secretário da gestão Haddad —, na denúncia contra o Metrô e a CPTM, de São Paulo. Omite ainda que Vinicius Carvalho, presidente do CADE, já foi funcionário de Simão Pedro, fato omitido de seu currículo.

5: Em suma, não resta a menor dúvida de que o CADE direcionou, enquanto pôde, a sua investigação para São Paulo. Também não resta a menor dúvida de que houve uma verdadeira indústria de vazamentos contra as empresas do estado administrado pelo PSDB. Agora, finalmente, o órgão teve de admitir que existem indícios de formação de cartel também em empresas estatais federais, cujo governo é comandado pelo PT.

Então encerro. Aécio disse o quê? Que o CADE deixará de investigar apenas administrações de oposição. José Eduardo Cardozo ficou bravo com o quê? Com a verdade?

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