Base aliada trai o governo; pefelista vence Delgado em vaga para o TCU
O tiro saiu pela culatra. A base aliada havia feito uma espécie de prévia, para definir entre si, quem seria o candidato à vaga no TCU. O premiado foi o deputado Paulo Delgado (PT-MG). Em votação secreta, no entanto, o plenário da Câmara escolheu, com 172 votos, o pefelista da Bahia Aroldo Cedraz. Delgado ficou […]
O resultado é uma advertência e tanto. O PT havia “convencido” os aliados, nas prévias, a retirar seus postulantes e imposto, carinhosamente e como de costume, o nome de Delgado. Petista com sotaque oposicionista, a aprovação do seu nome era dada como certa. E o que aconteceu? Aconteceu que o presidente Lula não forma seu ministério, está completamente perdido, e seus aliados do PMDB — e, quem sabe?, até de legendas à esquerda, como PSB e PC do B — resolveram dar um recado: sem entendimento, nada feito. Ou o governo é de coalizão, mesmo!, ou é de colisão. Eles querem cargos.
Abre-se um caminho interessante na Câmara. Com algum juízo, Lula e o PT repensam a candidatura de Arlindo Chinaglia (PT-SP) à Presidência da Casa e trabalham por um nome de entendimento. O Apedeuta está dando uma de esperto: declara a sua preferência por Aldo, mas também não desestimula Chinaglia. Ocorre que, nesse tipo de jogo, o PMDB é profissional, e o PT, ainda amador.
Ouviremos lamentos de colunistas condoídos por causa do perfil técnico de Delegado e das vinculações de Cedraz com o baixo clero. Puro petismo disfarçado de rigor moral. O PT precisa aprender a negociar.