Bancos privados reagem à venda da Nossa Caixa para o Banco do Brasil
Por Ricardo Grinbaum e Fernando Nakagawa, no Estadão. Comento no post seguinte:Um dia após ser anunciada, a negociação para a venda da Nossa Caixa para o Banco do Brasil (BB) foi contestada ontem pelo presidente do Banco Itaú, Roberto Setubal. Em declaração ao Estado, o presidente do segundo maior banco privado do País cobra maior […]
Um dia após ser anunciada, a negociação para a venda da Nossa Caixa para o Banco do Brasil (BB) foi contestada ontem pelo presidente do Banco Itaú, Roberto Setubal. Em declaração ao Estado, o presidente do segundo maior banco privado do País cobra maior transparência no negócio e defende a realização de um leilão, o que garantiria melhor preço pelo patrimônio do banco estadual paulista. Ele antecipou o interesse do Itaú na disputa.
“Se o governo do Estado de São Paulo pretende vender a Nossa Caixa, entendo que a melhor forma seria um leilão, pois estaria garantido, de forma transparente, o melhor preço para o Estado. O Itaú teria interesse em participar desse eventual leilão”, declarou.
O presidente da Assembléia Legislativa de São Paulo, José Carlos Vaz de Lima (PSDB), afirmou ontem ao Estado que a instituição tem condições de aprovar a incorporação da Nossa Caixa pelo Banco do Brasil 60 dias após o envio de um projeto do governo paulista para a aprovação da alienação da sua participação no capital do banco estadual, que é de 71,25% – os 28,75% restantes estão em poder de acionistas minoritários.
“Meu sentimento é de que não haveria problemas para a aprovação, desde que obedeça às condições básicas de preço de mercado e garantia dos direitos dos trabalhadores e dos acionistas minoritários”, frisou. Para ele, o preço mínimo deve ser perto de duas vezes o patrimônio da Nossa Caixa, de R$ 2,867 bilhões, pelo balanço de 31 de março. Assim, o preço deveria ficar ao redor de R$ 5,7 bilhões.
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A MESMA NOTÍCIA NA FOLHA:
Por Catia Seabra e Toni Sciarretta:
Contrariados com a possibilidade de avanço do Banco do Brasil em São Paulo, os bancos privados já pressionam o governo do Estado por causa das negociações para a venda da Nossa Caixa, segundo apurou a Folha.
Os bancos privados alertam para o risco de que a operação seja objeto de influência política, que beneficiaria as instituições públicas na disputa pelo mercado paulista. Anteontem, o presidente da Febraban, Fabio Barbosa, manifestou à Folha sua preocupação de que o negócio não siga “regras de mercado”.
O fato é que um ativo de R$ 16 bilhões, relativo aos depósitos judiciais, pavimenta a venda da Nossa Caixa para o Banco do Brasil. Segundo integrantes do governo Serra, não está descartada a negociação com instituições privadas, mas a legislação prevê que os depósitos judiciais devem ficar em bancos públicos, como o Banco do Brasil.
Na Nossa Caixa, os depósitos judiciais somam R$ 16 bilhões, praticamente o dobro do total de depósitos em poupança, de cerca de R$ 9 bilhões. Sem direito aos depósitos judiciais, os bancos privados ofereceriam um preço menos vantajoso para o Estado, como explica o próprio presidente da Nossa Caixa, Milton Luiz de Melo Santos.
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