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As palavras perigosas de Romão e sua pesquisa

Veja o que está no Agência MJ de Notícias. MJ é o Ministério da Justiça. Leia atentamente. Volto depois: Já está disponível no sítio eletrônico do Ministério da Justiça o edital para seleção de projeto de pesquisa que deverá medir o impacto de cenas de sexo e violência sobre crianças e adolescentes. A pesquisa será […]

Por Reinaldo Azevedo Atualizado em 31 jul 2020, 22h22 - Publicado em 23 jun 2007, 02h50
Veja o que está no Agência MJ de Notícias. MJ é o Ministério da Justiça. Leia atentamente. Volto depois:

Já está disponível no sítio eletrônico do Ministério da Justiça o edital para seleção de projeto de pesquisa que deverá medir o impacto de cenas de sexo e violência sobre crianças e adolescentes. A pesquisa será coordenada pelo Departamento de Justiça e Classificação e financiada com recursos do Conselho Federal dos Direitos Difusos (CFDD), que destinou R$330 mil para a iniciativa. As propostas poderão ser apresentadas por organizações da sociedade civil de interesse público (OSCIPs) até o dia 19 de julho.

Os pesquisadores deverão identificar a avaliação de pais e responsáveis sobre o impacto de conteúdo de audiovisuais na formação e desenvolvimento de crianças e adolescentes; verificar se os critérios e os símbolos da classificação indicativa cumprem seus objetivos e identificar peculiaridades locais e regionais para nortear a elaboração de uma política nacional que promova a análise crítica da mídia nas escolas. Ainda estão previstas a realização de um seminário para apresentação e discussão dos resultados e a publicação de livro com o referencial teórico, metodologia e resultados da pesquisa e do seminário.

Para o diretor de Justiça e Classificação, José Eduardo Romão, a pesquisa representa um esforço para integrar a classificação indicativa ao cotidiano e preservar os direitos de crianças e adolescentes, além de verificar se o sistema de classificação corresponde à realidade da população brasileira. “Já que não existem pesquisas conclusivas no Brasil, desde o primeiro momento em que apresentamos a classificação indicativa como um método. Nos preocupamos em verificar empiricamente se a vinculação entre as faixas etárias e os horários de exibição tem o efeito esperado e qual é a relação entre danos e impactos da exposição a conteúdos inadequados”.

Romão também destaca que o estudo deverá verificar junto aos Conselhos Tutelares o registro de ocorrência de atos de violência praticados por crianças e adolescentes e se os casos têm relação com conteúdos violentos. “Quem não lembra dos casos de crianças que viam super-heróis voando ou lutando com espadas e faziam uma capa de pano ou pegavam um objeto cortante e tentavam reproduzir essas cenas? Com os registros dos Conselhos será possível avaliar essa relação e sobre quais conteúdos”, explica.

Essa pesquisa é o primeiro passo para a realização de um estudo de médio prazo (2008-2012) que deverá acompanhar grupos focais e identificar as conseqüências da exposição prolongada de crianças e adolescentes a conteúdos audiovisuais considerados inadequados. A idéia é que essa ação seja incluída no Plano Plurianual para pesquisar o assunto nos próximos 10 anos. “Essa primeira pesquisa deverá medir o impacto, ou seja, a reação imediata após ver uma obra com cenas de violência e sexo. Se a criança fica agitada, não dorme, quer brincar com brinquedos como espadas e armas. A segunda deverá constatar a influência na formação de crianças e adolescentes”, exemplifica.

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Trata-se de uma mistificação formidável. É o tipo de pesquisa que será feita para achar aquilo que os seus financiadores já encontraram. Alguma dúvida? Leiam o que diz Romão: “Quem não lembra dos casos de crianças que viam super-heróis voando ou lutando com espadas e faziam uma capa de pano ou pegavam um objeto cortante e tentavam reproduzir essas cenas? Com os registros dos Conselhos será possível avaliar essa relação e sobre quais conteúdos”. Deus meu!

Romão acredita que as crianças saiam por aí reproduzindo tudo o que vêem na TV. Não sei como é com as crianças dele, mas, com as minhas, nunca foi assim — e eu rejeito a sua colaboração para educá-las. Essa relação que ele estabelece é manifestação de uma teoria velha, há muito superada. Romão talvez só permitisse a história de Chapeuzinho Vermelho com censura para 18 anos… Se ele ler, então, as interpretações psicanalíticas, tentará proibir a história, sob a acusação de apologia da pedofilia…

Quanto mais leio o que este rapaz pensa, mais eu me preocupo. Falando sobre a oportunidade da pesquisa, disse ainda: “Essa primeira pesquisa deverá medir o impacto, ou seja, a reação imediata após ver uma obra com cenas de violência e sexo. Se a criança fica agitada, não dorme, quer brincar com brinquedos como espadas e armas. A segunda deverá constatar a influência na formação de crianças e adolescentes”.
Eu não entendi algumas coisas:
1 – Como é que as crianças serão consideradas representativas de um todo? Como será composta essa amostragem?
2 – Vai-se fazer algum teste? Algumas crianças serão vítimas da experiência de especialistas, é isso? Algumas serão expostas a cenas de sexo e violência para ver como reagem? E se a reação for muito ruim? E se elas ficarem traumatizadas? Quem vai regular o máximo de sexo e violência suportável? Se elas ficarem traumatizadas, as demais crianças serão poupadas? No laboratório de Romão, a gente substitui ratinhos brancos por crianças?

Esse moço já passou da conta.

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