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Reinaldo Azevedo

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Blog do jornalista Reinaldo Azevedo: política, governo, PT, imprensa e cultura
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As leis ou as urnas?

Já disse que acho os números compatíveis com a realidade política pós-primeiro turno. O PT retesou os músculos e foi para a luta, empregando todas as armas que tem: as lícitas e, por que não?, as ilícitas. É de sua natureza. Esse terrorismo com a questão da privatização da Petrobras e do Banco do Brasil […]

Por Reinaldo Azevedo Atualizado em 31 jul 2020, 23h06 - Publicado em 17 out 2006, 23h50
Já disse que acho os números compatíveis com a realidade política pós-primeiro turno. O PT retesou os músculos e foi para a luta, empregando todas as armas que tem: as lícitas e, por que não?, as ilícitas. É de sua natureza. Esse terrorismo com a questão da privatização da Petrobras e do Banco do Brasil faz parte do banditismo político. Pelo mesmo raciocínio, poder-se-ia dizer que o PT está prestes a fazer a luta armada. Afinal, é o que está no passado de uma boa parte dos petistas. Sempre com a ressalva que de que o paralelo é imperfeito: a privatização não se confunde com banditismo. Mas o fato é que eles perceberam o cheiro de carne queimada.

Já a campanha de Alckmin sacou mais um clichê, de uma lista enorme, da algibeira: “Segundo turno é outra eleição”. Trata-se de uma daquelas frases acacianas típicas do tempo em que alguns tucanos diziam que intenção de voto só traduzia o “recall”, como se isso fosse negativo. Estávamos ali pelo fim de 2005. Alckmin também costumava dizer uma outra: “O eleitor só decide perto da eleição” — ou coisa assim. Na esmagadora maioria dos casos, quem vence o primeiro turno também leva o segundo. As exceções, como sempre, só evidenciam a regra.

Ocorre que Alckmin lidera uma equipe que não gosta de ouvir. Tem sempre idéias muito próprias sobre qualquer assunto. E uma certeza mística que se confunde, às vezes, com parvoíce. Entre outras besteiras, como foi apontado aqui, permitiram que a campanha esfriasse. Está tudo perdido? Não.

Sacolejos
O dossiê levou ao segundo turno. Algumas bombas vão estourar no quinta do PT. E, desta feita, vêm da imprensa. É aguardar para ver. A desmoralização não será pequena. Para começo de conversa, foi preciso abortar uma operação que já estava em curso. Segundo a versão que era do agrado de quase todo mundo, a origem do dinheiro seria caixa dois da campanha de Mercadante, em São Paulo — sem, é claro, o conhecimento do candidato… Mas não só isso. Os petistas teriam sido alertados pelo submundo que Abel Pereira estava interessado em comprar um dossiê dos Vedoim e, por isso, decidiram — tolamente, coitados! — entrar numa espécie de “concorrência”. E ficaria tudo por isso mesmo. Sem que se chegasse, porque supostamente impossível, à origem da grana.

Mas a versão vai ser desmontada até o dia 29, data do segundo turno. Será o bastante para eliminar a brutal vantagem de Lula? Não sei. Sinceramente, eu acho que não. Os petistas ocuparam primeiro o lugar das vítimas, o que lhes garante um formidável poder. Mas estou apostando que boa parte do banditismo que diz respeito ao dossiê vem à luz antes do que se imagina.

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E então

E, então, é possível que o país eleja um presidente com a cabeça na guilhotina. Até porque, convenha-se, se Lula se reelege com 60% dos votos válidos, vai entender que as urnas estão perdoando o seu governo de todas as lambanças. Aliás, ele disse isso no fim do programa Roda Viva: afirmou que, apesar dos problemas, o povo sabe que come mais. Como escrevi em setembro, no artigo da Veja, petista acha que urna é tribunal. A se confirmar o que as pesquisas estão indicando, a política e a polícia estarão mais próximas no espírito do que na ortografia. Não se estará elegendo um presidente, mas uma crise.

A Constituição é o povo por extenso. As oposições devem recorrer a todos os meios legais que estiverem a seu alcance para responder à tentativa de golpe que representou o dossiê contra José Serra. Posso estar preocupado, e estou, mas intelectualmente muito satisfeito — à diferença do que estão sugerindo os petralhas, que apostam que estou arrancando os cabelos (no momento, nem os tenho…). Ainda em Primeira Leitura, e aqui também, escrevi dezenas de vezes que o petismo só prospera se falece o Estado de Direito.

Lula nos conduziu a um aparente paradoxo: ou triunfam as urnas ou as leis. E por que ele é apenas aparente? Porque as leis e as urnas só estão em oposição quando há gente disposta a usar as urnas para assaltar as leis.

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