Arruda vai criar dificuldades para o DEM; expulsão política é possível, pouco importa o entrave legal

É claro que o governador do DF, José Roberto Arruda, não vai facilitar as coisas para o DEM. Se for mesmo expulso na sexta-feira, conforme se prevê, vai recorrer, afirmando que se tratou de uma expulsão sumária, sem que se respeitassem etapas do processo previstas no Regimento Interno da legenda. É do jogo. Se ele fica sem partido agora, não pode se candidatar a nada no ano que vem. E ele tem a esperança de se livrar do impeachment.

Antes mesmo da decisão do partido, ele decidiu agir. Entrou com mandado de segurança no TSE (Tribunal Superior Eleitoral) pedindo a suspensão do processo interno aberto pelo DEM. Alega justamente cerceamento do direito de defesa.

A questão tem um lado jurídico, mas é, acima de tudo, política. Se quiser sobreviver, o DEM tem de deixar claro que, politicamente, Arruda está fora, ainda que continue vinculado ao partido por mais algum tempo por força da lei.

O negócio é expulsar, de um jeito ou de outro, e começar a participar das manifestações, né? Todo mundo tem o direito de parecer herói.