Apesar de retórica, Obama não mexe em lista do terror
Por Sérgio Dávila, na Folha:Se o discurso mudou, a política continua a mesma. Pelo menos segundo relatório anual sobre terrorismo que o Departamento de Estado norte-americano prepara a pedido do Congresso dos EUA.No divulgado ontem, com dados recolhidos ainda sob George W. Bush, mas já sob a chancela do presidente Barack Obama e da secretária […]
Se o discurso mudou, a política continua a mesma. Pelo menos segundo relatório anual sobre terrorismo que o Departamento de Estado norte-americano prepara a pedido do Congresso dos EUA.
No divulgado ontem, com dados recolhidos ainda sob George W. Bush, mas já sob a chancela do presidente Barack Obama e da secretária Hillary Clinton, Cuba, Irã, Síria e Sudão aparecem como “Estados patrocinadores de terrorismo”.
A quadra já constava dos relatórios de Bush, que removeu a Coreia do Norte da lista em 2008. Pois esse país continua fora, mas os outros quatro não ganharam a deferência. Na prática, isso significa que não podem receber ajuda econômica nem fazer tratados comerciais e acordos financeiros com os EUA, entre outros vetos.
A decisão se choca com a retórica conciliatória de Obama. Por ocasião do Ano Novo persa, o democrata gravou mensagem positiva ao povo iraniano e ao regime dos aiatolás. Nas últimas semanas, derrubou as restrições de viagem e remessas de cubano-americanos para Cuba.
O tom é outro no texto. “O Irã continua o Estado patrocinador de terrorismo de maior importância” no mundo.
O relatório acusa o país de armar clandestinamente, via Guarda Islâmica Revolucionária (também conhecida como Forças Especiais Quds), o Hizbollah no Líbano, o Hamas na Palestina, a insurgência iraquiana e mesmo o Taleban na fronteira Afeganistão-Paquistão, que sob Obama se tornou a maior frente militar dos EUA.