Aos EUA, governo do Rio previu ação “traumática” no Alemão
Por Plínio Fraga, na Folha: Documentos secretos produzidos pelo Consulado dos EUA no Rio afirmam que, em encontro reservado, o secretário de Segurança, José Mariano Beltrame, antecipou que faria a operação de tomada do Complexo do Alemão e previa uma ação com “violência traumática”. Beltrame, de acordo com o despacho do consulado, batizou o complexo […]
Por Plínio Fraga, na Folha:
Documentos secretos produzidos pelo Consulado dos EUA no Rio afirmam que, em encontro reservado, o secretário de Segurança, José Mariano Beltrame, antecipou que faria a operação de tomada do Complexo do Alemão e previa uma ação com “violência traumática”. Beltrame, de acordo com o despacho do consulado, batizou o complexo como “epicentro do crime” no Rio. O texto cita encontro reservado do cônsul Dennis W. Hearne com o secretário de Segurança em 22 de setembro de 2009, em que este já dizia que o Complexo do Alemão -base do Comando Vermelho na zona norte do Rio- estava “totalmente fora de controle do Estado”. O despacho americano aponta que Beltrame informou que a ocupação do Alemão seria no início de 2010, sem precisar data. “Talvez assemelhando-se mais a batalhas em Fallujah [cidade iraquiana] do que a operação convencional de uma polícia urbana”, anotou Hearne.
Beltrame também se queixou do aumento do número de armas de uso militar fabricadas nos EUA, desviadas de exércitos da Colômbia, Bolívia e Paraguai e que terminam com traficantes. Em outro despacho, Hearne cita encontro com o superintendente de Planejamento Operacional da Polícia do Rio, delegado Roberto Alzir, em 29 de outubro de 2009. Alzir diz que o governador do Rio, Sérgio Cabral (PMDB), definiria até o mês seguinte se pacificaria cinco favelas menores ou se focaria a ação em uma grande. Dizia ser “improvável” que o aparato necessário para a tomada do Alemão fosse formalizado antes do Natal de 2009 e o Carnaval de 2010. Cabral optou pelas UPPs (Unidades de Polícia Pacificadora) em favelas menores. Aqui