Alô, Serra: seja original com o MST e a CUT. Use apenas a lei. E a Polícia.
José Rainha Jr. é proprietário de terra. Mas continua a ser um dos líderes dos sem-terra. Em qualquer país do mundo, ele seria processado por estelionato. Aqui, é líder. Uma liderança, hoje em dia, um tanto informal. Nem mesmo a direção do MST quer saber dele. Parece que o homem não segue aquela disciplina leninista […]
Numa das vezes em que este senhor foi preso, ele portava armamento pesado. A prisão nada teve a ver com a sua condição de “mártir” de araque.
Rainha, que eu saiba, está em liberdade provisória — pesquisem ai: se não for exatamente isso, só está solto por conta do mesmo laxismo que pôs na rua o assassino do menino João Hélio. Como sabemos, em Banânia, só os inocentes são culpados até prova em contrário. Mesmo todo enroscado com a Justiça, ele anuncia a sua disposição de invadir terras, é ouvido pelos jornais sobre a política de reforma agrária e, vejam só!, ainda diz que pretende se encontrar com o governador do Estado para propor um pacto.
Lugar de gente que promove invasão de terra é a cadeia, não o palácio, em audiência. Este senhor está tentando dar uma de esperto: critica a política de reforma agrária de Lula para ver se consegue se aproximar de Serra e, assim, aumentar o seu poder de fogo na guerra interna do MST. Políticos ficam com receio da imprensa politicamente correta e tendem a receber essa gente. Rainha é, sim, matéria de interesse dos Bandeirantes: acho que devem se ocupar dele o secretário da Justiça e os chefes da Polícia Militar e da Polícia Civil. Em tempo: Rainha tem tanta autoridade para analisar políticas públicas de distribuição de terra quanto tem Marcola para analisar o Código Penal.
Os governos Covas e Alckmin, diga-se, chegaram a celebrar acordos com cooperativas e entidades ligadas ao MST. Foram iniciativas para tentar diminuir a tensão no campo. Foram bem-sucedidos? É claro que não. Quanto mais comida se der ao MST, mais se lhe assanha a fome. Foi assim que ele se tornou uma das mais ricas, poderosas e influentes máquinas de produtos ideológicos do país, um dos queridinhos da “imprença pogreçista”.
Sugiro a Serra que seja absolutamente original no trato com o MST. Que ele use apenas a lei.