Álcool e corrupção
Leitores me perguntam se acredito que haverá aumento da corrupção policial com a nova lei sobre álcool no volante. Ora, as usual… Questão de tempo. Tão logo o jornalismo vá cuidar de outro assunto, é o que vai acontecer. E a vítima do achaque não será o bêbado, mas o sóbrio que tomou uma lata […]
E a vítima do achaque não será o bêbado, mas o sóbrio que tomou uma lata de cerveja ou uma taça de vinho. Com bêbado, ninguém faz negócio. O sujeito sóbrio será convidado a avaliar se vale a pena pagar multa de R$ 955 e perder a carteira ou molhar a mão do guarda com R$ 100. Tão simples, tão transparente, tão óbvio! E a propina só será assim, baixinha, porque precisa ser paga em dinheiro vivo. Corrupto não costuma aceitar cheque.
E que fique claro: eu pouco me importo se o bêbado – mas bêbado mesmo – que provocou um acidente vai ser acusado de homicídio doloso. Até apóio. Minha questão, como está claro no post anterior, é outra: não dá para cobrar uma multa de quem come um bombom com licor. É ridículo.
A questão é mais séria do que parece. O espírito politicamente correto, para (não) variar, pune o cidadão comum. Tratarei desse aspecto mais tarde, num daqueles textos da madrugada.