Alckmin é obrigado a condescender com a má governança de Mantega para maquiar inflação
O ministro Guido Mantega, da Fazenda, está agora na fase dos truques. As tarifas de trem e metrô em São Paulo deveriam ser reajustadas em fevereiro. Mantega, no entanto, pediu ao governador Geraldo Alckmin para retardar o reajuste para evitar um pico inflacionário. Já havia feito pedido idêntico ao prefeito Fernando Haddad. O que isso […]
O ministro Guido Mantega, da Fazenda, está agora na fase dos truques. As tarifas de trem e metrô em São Paulo deveriam ser reajustadas em fevereiro. Mantega, no entanto, pediu ao governador Geraldo Alckmin para retardar o reajuste para evitar um pico inflacionário. Já havia feito pedido idêntico ao prefeito Fernando Haddad.
O que isso resolve? Nada! O índice de inflação que conta é o anual. O máximo que se faz é retardar o problema — criando, adicionalmente, problemas no fluxo de caixa nas empresas, que têm suas obrigações. Trata-se de uma forma de maquiar os dados.
A Alckmin, no entanto, não restava alternativa. Imaginem se dissesse “não”. Os setores petistas da imprensa paulistana repetiriam a sem-vergonhice feita quando o governo de São Paulo impediu o federal de quebrar a Cesp. São Paulo foi acusado, então, de sabotar o plano de Dilma para reduzir a tarifa de energia. Imaginem algo assim: “Mantega tenta impedir, mas Alckmin eleva tarifa do metrô”.
Triste o país em que um governador de Estado é obrigado a condescender com a má governança do governo federal porque assim exige a metafísica influente. Leiam mais informações de Daiee Cardoso, no Estadão:
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O governador de São Paulo, Geraldo Alckmin (PSDB), disse ontem que o aumento das tarifas de trem e de metrô, previsto para fevereiro, podem subir só depois do primeiro trimestre. Dessa forma, ele atenderia ao pedido do ministro da Fazenda, Guido Mantega, de adiar reajustes tarifários para não pressionar a inflação. Alckmin também garantiu que o pedido do ministro se restringiu apenas à área de transportes.
“(O pedido) foi exclusivamente na área de mobilidade urbana”, disse o governador, após participar da sanção da lei que transforma o Departamento Estadual de Trânsito de São Paulo (Detran/SP) em autarquia. Alckmin garantiu também que o governo estadual não avalia nesse momento um reajuste da tarifa na conta de água. “Nós não pretendemos fazer nenhum reajuste da Sabesp neste momento.”
De acordo com o governador, o ministro não ofereceu nenhuma compensação em troca da colaboração do Estado.
“Não tem nenhuma troca. Foi apenas uma conversa com o ministro da Fazenda, que exteriorizou sua preocupação com o pico inflacionário no começo do ano e que se fosse (feito o aumento) após o primeiro trimestre ajudaria a diluir e evitar o pico inflacionário. Não tem nada em troca e nós também nem decidimos ainda”, reforçou o governador. Segundo ele, o governo estadual analisa “com boa vontade” o pedido de Mantega. “Nós vamos verificar isso com boa vontade”, disse.
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