Aécio já reconheceu vitória de Dilma; quem não reconheceu a legitimidade da oposição foi a represidenta
O PSDB entrou com um pedido de auditoria nas urnas eletrônicas. Como já afirmei aqui, se me perguntarem se eu confio no sistema, vou dizer que sim. Conversei com muita gente que entende do assunto, e essas pessoas me asseguram que seria muito difícil haver uma fraude. Melhor assim! Então não há mal nenhum em […]
O PSDB entrou com um pedido de auditoria nas urnas eletrônicas. Como já afirmei aqui, se me perguntarem se eu confio no sistema, vou dizer que sim. Conversei com muita gente que entende do assunto, e essas pessoas me asseguram que seria muito difícil haver uma fraude. Melhor assim! Então não há mal nenhum em que se faça uma auditoria, certo? Pedir que se verifique o sistema de segurança não corresponde a negar o resultado das urnas ou a não reconhecê-lo, como acusa o PT. Ao contrário: Aécio Neves, o candidato tucano à Presidência, telefonou para Dilma tão logo ficou claro que havia sido derrotado por margem muito estreita de votos. Quem, de modo deselegante, se negou a citar o nome do adversário no discurso da vitória foi ela. Ou por outra: o tucano reconheceu a derrota, mas a vitoriosa não reconheceu o papel institucional, legal, legítimo e democrático da oposição.
Sim, as denúncias se multiplicam. A quem interessa fazer a auditoria? Ao próprio regime democrático. Hoje, a desconfiança sobre a segurança das urnas não está restrita a esse ou àquele grupos sociais. É generalizada. Infiro que parte da brutal abstenção — 21,1% no segundo turno, ou 30.137.479 eleitores — se deva não apenas à repulsa que a política tem provocado nas pessoas, mas também à desconfiança de que as urnas eletrônicas não são uma coisa séria.
A urna existe para os eleitores, não apenas para o conforto de um modelo ou de um órgão de Estado. Eu mesmo recebi denúncias feitas com nome, sobrenome, RG e CPF. Leiam posts abaixo. É claro que questões como aquelas não podem ficar sem resposta. Não entendi por que o PT ficou tão irritado. O PSDB não afirmou que Dilma é uma presidente ilegítima. Quer apenas que suspeitas sobre a falta de segurança do sistema sejam devidamente apuradas.
Como a Justiça Eleitoral só age sob provocação, o partido fez o que a democracia lhe faculta. É simples, objetivo e correto. Se o instrumento legal adequado não for o pedido de uma auditoria, que seja outro. Mas que é preciso ter mais certezas sobre a segurança do sistema, ah, isso é, sim. Afinal, eleições livres e diretas são o sal da democracia, não é mesmo? Se a população desconfia do sistema, é o regime democrático que apodrece.