A pancadaria de Brasília e o pancadão das esquerdas

Manifestantes que pedem o impeachment de José Roberto Arruda (DEM), governador do Distrito Federal, entraram em choque com a PM. O grupo é composto por estudantes ligados a grupo de extrema esquerda da Universidade de Brasília, sindicalistas e militantes de partidos de esquerda com representação no Congresso, PSOL e PT entre eles. O confronto aconteceu porque eles decidiram obstruir a passagem de veículos no chamado Eixo Monumental, o que cria uma confusão dos diabos em Brasília.

Apoio protestos para tirar qualquer corrupto do poder; logo, apóio este também. É uma pena que essa gente não tenha apoiado os protestos contra os corruptos do mensalão do PT. Eles têm uma indignação bem seletiva. Sou capaz de jurar que alguns dos petistas que hoje pediam a cabeça de Arruda estavam ontem naquela festa em que Dilma passou a mão na cabeça dos mensaleiros. Ah, antes que continue: apóio protestos, mas não a cassação do direito de ir e vir. Nesse caso, apóio é borrachada mesmo. Adiante.

Na sexta-feira, o DEM deve expulsar Arruda, fazendo o que o PT não fez com seus mensaleiros. O jornalismo político, esmagadoramente anti-DEM e filopetista, dará alguma colher de chá ao partido, reconhecendo a diferença? Acho que não. O esforço para fazer a crise do DF se estender à direção nacional da legenda e chegar à Prefeitura de São Paulo vai continuar. De todo modo, o importante é fazer a coisa certa e pôr o sujeito para fora.

Tão logo o faça — e se o fizer, claro; na hipótese contrária, adeus, partido! —, o DEM deveria iniciar uma campanha nacional para mostrar o que faz com os seus corruptos e o que o PT faz com os dele. Algo bem simples, bem direto:

Fulano – Era do DEM e foi acusado de tal coisa. Resultado: fora do partido.
Beltrano – Era do DEM e foi acusado de tal coisa. Resultado: fora do partido.

Sicrano – Era do PT e foi acusado de tal coisa. Resultado: está na direção do partido.
Zé das Couves – Era do PT e foi acusado de tal coisa. Resultado: é um dos coordenadores da campanha de Dilma à Presidência.

É fundamental informar o que cada partido faz com os seus corruptos. E quem tem de ser informado é o homem comum, não aqueles militantes de hoje. Estes estarão sempre defendendo os seus bandidos e acusando os dos outros.