A Bolívia, o terrorismo e a loucura
Os tontons-maCUTs evo-bolivarianos — eca!!! — mandam comentários indignados perguntando se não considero o ataque ao gasoduto na Bolívia um ato terrorista. Ora, claro que sim! Resta saber de quem, não é mesmo? Manifestações anti-Evo degeneraram em violência. Mas será que os manifestantes seriam idiotas o bastante para tentar explodir um gasoduto? Pode ser, pode […]
Em 1968, João Paulo Penido Burnier, brigadeiro e chefe de gabinete do então ministro da Aeronáutica, Márcio Mello, queria explodir o Gasômetro, no Rio, para jogar a culpa na subersão… Mobilizou para tanto uma divisão da Aeronáutica chamada Para-SAR. O plano não prosperou. Pesquisem a respeito. Burnier… Nome é destino? Governos podem praticar atos de sabotagem e atribuir a responsabilidade a adversários. Não estou sustentando que isso tenha acontecido na Bolívia. Mas é bom ir com calma.
Como é que Evo decidiu enfrentar a crise? Agora o governo decidiu organizar uma espécie de marcha dos camponeses em defesa do governo. Quer jogar a Bolívia Ocidental, majoritariamente evista, contra a Oriental, anti-Evo. A ação terá o condão de extremar aquela que é a política de Morales desde o primeiro dia de governo: dividir o país. Em vez de solução, mais problemas.
Eu não endosso atos de violência de nenhum grupo ou facção, pouco importa a sua ideologia. Mas sei reconhecer quando é o próprio governo a promover a mais acintosa baderna, a subversão e a pancadaria. E é o que Evo Morales está fazendo. Recebi vários comentários de brasileiros que moram na Bolívia: relatam que estão submetidos a um regime de terror. Há verdadeiras milícias, dizem eles, agindo em nome do governo.
Evo não assumiu a Presidência da Bolívia para aprofundar o regime democrático. Ao contrário: a sua perspectiva é a do confronto e a do esmagamento das oposições — a exemplo de seus colegas Hugo Chávez (Venezuela) e Rafael Correa (Equador). Ocorre que está sendo malsucedido.
A lógica indica que, a esta altura, está cercado de malandros ideológicos que julgam até útil a radicalização das oposições porque isso abriria caminho para a vitória absoluta — na hipótese, claro, de não ser o próprio Evo a cair.