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A argumentação em águas turvas do advogado do assassino Battisti

Luís Barroso, advogado de Cesare Battisti, não economizou na defesa que fez de seu cliente. Numa estranha argumentação, afirmou que a Lei da Anistia, no Brasil, abrigou agentes do estado que deram “choques elétricos no ânus, na vagina e no pênis” dos presos. A pergunta oculta, do ponto de vista moral (já que não há […]

Por Reinaldo Azevedo Atualizado em 31 jul 2020, 11h42 - Publicado em 8 jun 2011, 17h26

Luís Barroso, advogado de Cesare Battisti, não economizou na defesa que fez de seu cliente. Numa estranha argumentação, afirmou que a Lei da Anistia, no Brasil, abrigou agentes do estado que deram “choques elétricos no ânus, na vagina e no pênis” dos presos. A pergunta oculta, do ponto de vista moral (já que não há base legal nenhuma no argumento) é esta: “Por que não abrigaria Battisti?”

Bem, a indagação embute duas ilações, ambas falsas. Barroso pode estar sugerindo que Battisti é daquela mesma cepa humana que produz monstruosidades. Sendo assim, se perdoamos nossos monstros, por que não os dos outros? Eu lhe responderia que cada país deve decidir o que fazer com as suas próprias alimárias morais. A Lei de Anistia foi um processo de pacificação do Brasil e um ritual que o fez passar do estado discricionário para uma democracia de direito. Battisti foi condenado por crime comum num estado democrático.

Mas Barroso também está argumentando nas águas turvas da ideologia. Como o Supremo decidiu, corretamente, pela validade da Lei da Anistia (segundo bobagem propagada pelas esquerdas, o tribunal perdoou torturadores), ele pode estar sugerindo que os ministros que defendem a extradição de Battisti o fazem pautados por preconceito ideológico. É como se indagasse: “Se valeu para a extrema direita, por que não para a extrema esquerda?”

Bem, ainda que houvesse correlação entre uma coisa e outra (não há!), Battisti foi condenado na Itália por crime comum, não por crime político. Ao conceder refúgio ao assassino, o governo brasileiro decidiu se comportar como corte revisora da Justiça italiana, contra o que dispõe o Tratado de Extradição celebrado entre os dois países. Barroso, curiosamente, afirmou que os confrontos entre direita e esquerda já morreram há mais de 20 anos, mas sugeriu, claramente, que há preconceito de natureza ideológica contra o seu cliente. Ou por outra: para defender Battisti, vale ressuscitar o confronto que ele mesmo declarara morto.

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