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Grandes negócios e tendências do mercado imobiliário. Renata Firpo é publicitária, consultora imobiliária e advogada pós-graduada em Direito imobiliário
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O maior exemplo de arquitetura sufocante do mundo faz sucesso nas redes

Edifício serve de locação para filmes e virou também ponto turístico recomendado por vários guias

Por Renata Firpo
Atualizado em 14 nov 2024, 10h42 - Publicado em 12 nov 2024, 10h41

O Monster Building, edifício em Quarry Bay, Hong Kong, ponto-turístico citado em vários guias ficou ainda mais famoso com o advento das redes sociais. Ele passou a atrair diversas pessoas que usam seu espaço como locações instagramáveis em busca de engajamento por conta da sua atmosfera pós-apocalíptica, com mais de 10 000 pessoas vivendo em seu interior.

Mais que um prédio, a construção é um complexo de cinco blocos interligados (o edifício Fook Cheong, a mansão Montane, a mansão Oceânica, o edifício Yick Cheong e o edifício Yick Fat). Ao todo, possui mais de 2 400 apartamentos, sendo que a maioria deles têm metragem de até oito metros quadrados — ou seja, é um espaço menor que uma vaga de estacionamento.

A título de comparação, o Edifício Copan, no centro de São Paulo,  projetado por Oscar Niemeyer e considerado um dos maiores complexos residenciais do Brasil, abriga 1.160 apartamentos. O número de moradores do Monster Building é maior que o da população de algumas pequenas cidades paulistas. O menor município, Borá, conta apenas com 413 domicílios particulares e possui uma população de 907 habitantes.

O complexo de Hong Kong foi construído na década de 70 com a intenção de abrigar os imigrantes pobres que chegavam sem parar à região, aumentando o drama populacional da ex-colônia britânica, já densamente povoada. Dentro desse contexto, o Monster Building foi projetado para ter um aproveitamento máximo dos espaços, sem nenhuma preocupação com a qualidade de vida de seus habitantes. A situação perdura até hoje e o endereço virou um dos maiores exemplos mundiais de arquitetura sufocante.

Por falar em arquitetura, o complexo tem o formato de uma letra E maiúscula. Ali, os dois vãos são pátios que abrigam uma série de lojas e comércios. Tudo isso é voltado para as janelas dos apartamentos. Elas foram concebidas de forma que, ao olhar para cima, é possível ver os altos edifícios de concreto se erguendo em todos os três lados, deixando apenas uma pequena lacuna de céu no topo. Esse é um dos ângulos preferidos dos fotógrafos de Instagram e cenário também de videoclipes musicais e filmes, como Transformers 4 – A Era da Extinção.

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Como comparação, Edifício Copan, localizado no Centro de São Paulo, e projetado por Oscar Niemeyer, é considerado um dos maiores complexos residenciais do país, abriga 1.160 apartamentos. A menor cidade do Estado de São Paulo, a cidade de Borá, conta apenas com 413 domicílios particulares e possui uma população de 907 habitantes.

A existência de edifícios como o Monster Building em Hong Kong evidencia o déficit habitacional presente em todo o planeta. Ainda que a província autônoma chinesa seja um dos locais mais densamente povoados do mundo, considerar o tamanho desses apartamentos como residências chega a ser desumano e está fora de resolver a questão da moradia local.

Por outro lado, talvez uma forma de compensação, o Monster Building acabou se tornando uma fonte de renda para os condôminos, que lucram com o turismo, recebendo diariamente as visitas dos guias que levam estrangeiros para conhecer a dura realidade de quem vive naqueles micro-apartamentos.

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