Um discurso confuso
Dilma Rousseff teve tempo para pensar em alguma resposta minimamente convincente a dar ao Brasil sobre a delação premiada de Ricardo Pessoa. VEJA saiu na manhã de sábado e a presidente só abriu a boca ontem à tarde. Teve mais de 48 horas e a oportunidade de ouvir conselhos de um sem número de assessores, […]
Dilma Rousseff teve tempo para pensar em alguma resposta minimamente convincente a dar ao Brasil sobre a delação premiada de Ricardo Pessoa. VEJA saiu na manhã de sábado e a presidente só abriu a boca ontem à tarde. Teve mais de 48 horas e a oportunidade de ouvir conselhos de um sem número de assessores, e o que conseguiu ontem foi soltar uma série de frases constrangedoras em seu tour por Washington.
Disse que “não respeita delator” e comparou Pessoa a Joaquim Silvério dos Reis – como se ela, ou quem sabe Lula, fossem Tiradentes.
Explicou que não respeita delator por que esteve “presa na ditadura militar e sei o que é. A ditadura fazia isso com as pessoas”. Aí fica ainda mais difícil ainda de entender onde Dilma quis chegar – ou o que quis dizer.
Que comparação é essa? Será que insinuou que Pessoa foi obrigado a falar o que falou por uma situação de exceção?
Ricardo Pessoa legalmente fez uma delação premiada, num governo em que o Congresso funciona livremente, o Judiciário também, a imprensa opera em liberdade plena. Ou seja, o governo Dilma pode ser o que for, mas não há como compará-lo a uma ditadura – como de modo surpreendente fez a própria Dilma.