STJ nega absolvição e mantém júri para policial acusado de matar Marielle
Morte de vereadora e motorista completou quatro anos nesta segunda-feira
Na data em que a morte de Marielle Franco e de seu motorista, Anderson Gomes, completa quatro anos, o STJ negou a absolvição de Ronnie Lessa, acusado do crime, e decidiu pela manutenção do júri no caso.
O ministro Rogerio Schietti Cruz negou provimento ao pedido da defesa do ex-policial, que buscava absolvição sumária ou o afastamento da decisão que o mandou a júri.
Para o magistrado, a sentença de pronúncia — mantida pelo Tribunal de Justiça do Rio de Janeiro — apresentou razões concretas tanto para negar a absolvição quanto para submeter Lessa ao tribunal popular. Ele responderá por homicídio qualificado.
No recurso, a defesa do ex-policial alegou que não haveria evidência de seu envolvimento no crime, o que justificaria a absolvição sumária. Entre outros argumentos, sustentou que o réu não estava no local do crime e que nunca teria pesquisado informações sobre Marielle Franco na internet.
O ministro Rogerio Schietti citou uma série de elementos considerados pelo juiz de primeiro grau — e, depois, pelo TJRJ. Entre essas evidências, apontou, estão registros de que Lessa estaria, de fato, monitorando Marielle antes do dia do crime — por exemplo, em pesquisas online sobre os locais em que a vereadora costumava atuar, o seu partido político, o PSOL, e os endereços que frequentava.
Também estão nos autos, segundo o relator, indícios de que o policial reformado tentou dissimular as buscas realizadas antes da data de execução do crime.