Senador alerta para orçamento ‘sete vezes menor’ contra desastres naturais
‘Cada dado que a gente recebe, de cada pasta, o cenário é de maior calamidade’, disse Randolfe Rodrigues ao chegar no QG da transição de Lula
O senador Randolfe Rodrigues comentou nesta segunda a análise dos dados preliminares recebidos pela equipe de transição do Ministério de Desenvolvimento Regional. Segundo o parlamentar, o diagnóstico “é bem alarmante”. Rodrigues destacou o investimento na Defesa Civil para demonstrar o cenário orçamentário que o governo Lula deve enfrentar.
“O governo brasileiro gastou 700 milhões em obras de contenção de acidentes na área da Defesa Civil. O previsto para 2023, é de 120 milhões, ou seja, sete vezes menos. Em outras palavras, para acidentes, para desastres naturais, para 2023, pelas informações prévias que temos do Ministério do Desenvolvimento Regional, é que não tem dinheiro”, disse Rodrigues, na chegada ao CCBB, sede da transição.
O senador também destacou o aumento do percentual destinado pela pasta a emendas parlamentares. Em referência ao Orçamento Secreto, Rodrigues informou que, em 4 anos, a parcela dos recursos enviado ao Congresso chegou a quase dois terços do montante total da pasta.
“Em 2018, nós tínhamos 19% dos recursos do Desenvolvimento Regional com a alocação de emendas parlamentares. Em 2022, isso corresponde a 64% dos recursos do Desenvolvimento Regional”.
O grupo de trabalho do Desenvolvimento Regional irá apresentar resultados preliminares do levantamento do cenário no dia 30 de novembro, e um diagnóstico mais completo, com um conjunto de medidas adotadas, em 10 de dezembro.
Rordrigues também falou da falta de verba para outras áreas, como na emissão de passaportes, suspensos pela Polícia Federal. Para ele, são demonstrações do cenário que espera o próximo governo.
“Cada dado que a gente recebe, de cada pasta, o cenário é de maior calamidade”, enfatizou.
O grupo de transição pediu uma reunião nesta terça com o ministro do Desenvolvimento Regional, Daniel Duarte Ferreira. O parlamentar também falou sobre outra conversa que a equipe de transição espera para a mesma data: com o presidente do Senado, Rodrigo Pacheco.
A reunião entre líderes partidários e Pacheco deve tratar da PEC da Transição, que abre brecha orçamentária ara o pagamento do Bolsa Família. O texto, que não deve ter maiores surpresas, deve ser concluído “nas próximas horas”.